São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Governo tem pressa e quer rastreador obrigatório nos carros até dezembro

O governo federal corre contra o tempo para apresentar até dezembro o modelo de rastreador que será obrigatório nos carros no início do ano que vem.
O ministro Marcio Fortes (Cidades) tem hoje nova rodada de conversa com Denatran, Serpro, operadores de telefonia, Anatel, Anfavea, Abraciclo, Sindipeças -órgãos do governo e associações de fabricantes envolvidos no projeto.
A ideia de Fortes é que os carros saiam de fábrica com os rastreadores a partir de fevereiro de 2011. Caravanas para rodar o país com carros equipados estão previstas. O Denatran cuidará da central, que será operada pelo Serpro (órgão de processamento de dados), o que causa ruídos.
As montadoras, por sua vez, estão receosas porque incluirão o dispositivo nos carros, mas não são nem os fabricantes nem os operadores do equipamento quem vai monitorar toda a sua rota.
Para contornar as críticas dos que alegam falta de privacidade, o que já levou a discussão ao âmbito judicial, o ministro Marcio Fortes diz que haverá duas opções: o rastreador e o bloqueador.
Este fará o carro parar em determinada situação, como se o ladrão parar no sinal de trânsito, e será obrigatório. Já o rastreador será contratado ou não pelo usuário.

FUMAÇA DE ÓLEO DIESEL

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, do Ministério de Minas e Energia, tem marcada para hoje uma reunião cuja pauta pode abordar o acionamento de algumas das usinas térmicas mais caras do país.
Proprietários destas usinas, que incluem térmicas a diesel e óleo -cujo custo de geração chega a R$ 600 por MWh-, foram avisados informalmente pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) que poderiam ter de entrar em operação em breve, segundo executivos do setor que pediram para não ser identificados.
A baixa ocorrência de chuvas nos últimos meses levou os reservatórios a um nível crítico, que provocou o acionamento de térmicas.
Desde julho, o parque de usinas térmicas mais baratas a carvão e gás já entrou em operação. São quase 10 mil MW que geram energia a custo médio de R$ 200 por MWh.
Uma reunião do comitê estava marcada para antes do primeiro turno das eleições, mas o assunto foi adiado.
O setor receia que, por conta do segundo turno, seja postergada a decisão pelo acionamento, devido a um possível prejuízo eleitoral para o governo.
O ministério confirma que haverá reunião hoje, mas não divulga a pauta. Participam do encontro Aneel, CCEE, ONS e outros.
A geração térmica adicional, hoje em R$ 1 bilhão, será incorporada à tarifa do consumidor no próximo reajuste das distribuidoras.

Importador de máquina reage contra aumento de alíquota

O pleito da indústria nacional de máquinas e equipamentos para aumentar a alíquota de importação desses produtos é considerado "artifício fictício" pela Abimei (associação dos importadores).
"Causa estranheza a pressão pelo aumento da tarifa no momento em que a indústria nacional está superaquecida e não consegue atender a demanda de produção apenas com as máquinas nacionais", diz Ennio Crispino, presidente da Abimei.
Além disso, completa, "a importação é uma atividade reguladora da produção e serve como agente regulador dos preços praticados pelo fabricante nacional".
Para a Abimei, a proteção de mercado por meio de elevação da alíquota é um "artifício fictício, uma falsa proteção, porque diminui a competitividade do produto nacional no mercado externo".
O pleito da indústria deveria ser, na visão de Crispino, a desoneração tributária sobre os bens nacionais.

APETITE GLOBAL

A captação global por meio de IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) acelerou no terceiro trimestre e já supera o total levantado no ano passado inteiro.
Nos primeiros nove meses deste ano, os processos de abertura de capital somaram US$ 152,7 bilhões, ante os US$ 112,6 bilhões de 2009, segundo a Ernst & Young Terco.
O mercado asiático tem impulsionado as operações. As emissões na região responderam por 83% do volume do terceiro trimestre.
"O Brasil perde relevância que vinha tendo e a China se consolida nessa área", diz Paulo Sérgio Dortas, sócio responsável pela área de IPOs da Ernst & Young Terco no país. A capitalização da Petrobras deve destravar as operações. "Boa parte dos fundos guardou chumbo para a operação. Em 2011, deveremos ter cerca de 20 operações no país, como neste ano, mas de menor valor."

Receita de hospitais brasileiros tem alta de 24,5%

A profissionalização no setor hospitalar já mostra resultados, segundo estudo da consultoria Crowe Horwath RCS, que avaliou a situação financeira de oito dos maiores hospitais dos país.
Juntos, eles registraram em 2009 receita de R$ 3,31 bilhões, alta de 24,5% sobre o período anterior.
"Mesmo as instituições sem fins lucrativos já têm resultados devido ao crescente investimento em gestão nos últimos anos, não só as sociedades anônimas", diz Mauro Ambrósio, sócio da Crowe.
O lucro líquido foi de R$ 212,1 milhões, redução de 14,5% ante 2008. A queda foi consequência de altos investimentos realizados por algumas instituições que ampliaram o ativo imobilizado.

MINHA CASA, MEU ELEVADOR
Para tentar contornar o problema do alto preço dos terrenos que está atravancando o programa Minha Casa, Minha Vida em vários Estados, como São Paulo, o governo vai propor o aumento dos gabaritos das construções e a inclusão de elevadores nos prédios.
Para isso, terá de bancar a manutenção por dez anos desses equipamentos.
Hoje, os edifícios têm, no máximo, quatro andares. O elevador encarece muito as obras e a manutenção é um problema maior ainda.
Pela proposta, o governo pretende incluir no contrato de compra o custo de manutenção por dez anos.

Bebida As vendas da vinícola chilena Concha y Toro devem crescer 40% neste ano no Brasil. A empresa vendeu 500 mil caixas no país em 2009 e prevê chegar a 700 mil caixas até dezembro.

Comida Os cargos de diretoria e alta gerência do setor de "food service" cresceram 71% de janeiro a agosto de 2010 ante o mesmo período do ano anterior, segundo a Fesa, consultoria de recrutamento.

Sem ponto Apenas 40% das empresas já adotaram o ponto eletrônico exigido pelo governo, segundo a Madis Robel. O atraso se deve ao adiamento no prazo de adequação para 1º de março de 2011.

Teatro 1 Acaba de ficar pronto o auditório Moise Safra, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Construído em 13 meses, com investimento de cerca de R$ 30 milhões, o teatro foi feito pela Construtora Serpal, do Grupo Advento.

Teatro 2 O espaço terá 10,5 mil m2 de área construída, divididos em sete pavimentos, três de garagens e quatro andares (como sala de treinamento, salão nobre e salas de comando e apoio). Na obra, foram gerados cerca de 500 empregos.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, FLÁVIA MARCONDES, SHEILA D’AMORIM e AGNALDO BRITO



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