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Dobra recuperação de prédios para escritórios
Com poucos terrenos disponíveis, construtoras investem no chamado "retrofit"
Em 2010, 60 mil metros quadrados estão
sendo modernizados
em edifícios comerciais da capital paulista
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO
Com terrenos cada vez
mais raros -e caros- para
obras em endereços centrais
na capital paulista, construtoras começam a investir no
mercado de "retrofit".
"Retrofitar" um prédio, no
jargão das empresas do setor
imobiliário, é modernizá-lo.
Isso envolve mudar uma
série de itens: sistemas hidráulico, elétrico e de ar condicionado são atualizados;
garagens, remodeladas ou
construídas; fachadas são recuperadas, e serviços, como
segurança, reformulados.
Segundo levantamento
feito pela Herzog Imóveis Industriais e Comerciais para a
Folha, há aproximadamente
60 mil metros quadrados comerciais "retrofitados" em
São Paulo hoje -parte deles
ainda em obras.
O volume é o dobro do
existente em 2009, de cerca
de 30 mil metros quadrados.
Os alvos podem ser edifícios comerciais -foco principal das construtoras em São
Paulo -ou residenciais.
"Há diferentes graus de
"retrofit", mas todos eles vão
além de uma simples reforma", diz Danilo Monteiro, diretor de desenvolvimento e
investimento da consultoria
CB Richard Ellis.
Nos casos de intervenção
mais profunda, só a estrutura é mantida. Todo o resto é
refeito, preservando a característica arquitetônica.
Como cada caso tem suas
especificidades -localização, situação do prédio, valores de mercado de aluguel
ou venda do empreendimento depois de pronto-, é difícil estabelecer um custo médio de "retrofit". A Folha recolheu exemplos de obras
atuais que variam de R$ 6 milhões a R$ 120 milhões.
"Para determinar se um
"retrofit" é viável comercialmente, a construtora precisa
levar em conta os gastos que
vai ter, o tempo da reforma e
a taxa de retorno almejada",
diz Simone Santos, diretora
de serviços corporativos da
imobiliária Herzog. "O resultado tem que estar dentro da
remuneração oferecida pelo
mercado", diz.
Mas Santos acredita que,
no embalo do aquecimento
do setor imobiliário, o "retrofit" vai ser uma alternativa
cada vez mais procurada pelas construtoras na capital
paulista, a exemplo do que já
ocorre no Rio de Janeiro.
"No Rio, já há algum tempo não existem mais terrenos
vagos para construir escritórios na região central, que é a
mais valorizada", diz.
"Lá, o mercado de "retrofit"
recebe investimentos há cerca de cinco anos. Em São
Paulo, isso começou a ganhar impulso em 2008, com
os empreendimentos sendo
entregues a partir de 2009, e
se intensifica agora."
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