São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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Centro de SP entra na mira do "retrofit"

Levantamento de imobiliária aponta que 85% dos edifícios comerciais da região têm forte potencial de modernização

Em geral, prédios têm mais de 25 anos, não possuem ar refrigerado central e, muitas vezes, não têm garagem

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

A cidade de São Paulo tem um estoque de 9,7 milhões de metros quadrados úteis de escritórios. E quase metade desse total (47%) é catalogada como "classe C", com bom potencial para "retrofit".
São prédios com mais de 25 anos, que não possuem sistemas desenvolvidos -como o de segurança- nem ar condicionado central e, muitas vezes, não têm garagem.
Outros 32% são "classe B" -apesar de já possuírem ar condicionado central e garagem, não oferecem outras comodidades (como sistema de segurança).
Levantamento feito pela imobiliária Herzog mostra que, no centro da cidade, 85% dos edifícios comerciais são "classe C", o que coloca a região entre as com maior potencial de "retrofit".
Avenidas nobres, como Paulista e Faria Lima, também entram na lista.
São endereços cobiçados pelas empresas, que já abrigam edifícios mais modernos e têm poucos terrenos vagos, mas ainda guardam prédios antigos -"classes B e C"- que podem ser "retrofitados".
A construtora Rossi, que já tem experiência em "retrofit" residencial no Rio de Janeiro (veja fotos ao lado), é uma das companhias de olho no centro paulistano.
"A região é uma grande oportunidade tanto no mercado residencial quanto no comercial", diz Alcides Gonçalves, diretor de gestão de negócios da Rossi.
Na avaliação do executivo, a prefeitura "está mais consciente de que precisa da iniciativa privada para efetivamente revitalizar o centro".
"As construtoras devem começar a explorar esse mercado no curto prazo; é só questão de acertar os subsídios do município para a conta fechar", completa.

VANTAGENS
A BR Properties é outra construtora que começa a trazer para São Paulo a experiência adquirida no Rio.
No mercado carioca, a empresa deve entregar, em 2011, o "retrofit" do edifício Manchete, que foi construído em 1978 na praia do Flamengo com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer. Investimento total: R$ 120 milhões.
"Um projeto arquitetônico importante valoriza o empreendimento e pesa a favor do "retrofit'", diz Martín Jaco, diretor de investimentos da empresa.
Na capital paulista, a companhia já fez duas obras comerciais: uma no bairro de Pinheiros (investimento de R$ 5 milhões) e outra na marginal Pinheiros, zona sul (R$ 6 milhões).
O executivo diz ainda que uma das grandes vantagens do "retrofit" é o tempo de obra, de até um ano e meio -bem menor que o de uma construção integral, de pelo menos três anos.
"O potencial de valorização do imóvel "retrofitado" também é fundamental. Para valer a pena, precisa ser de pelo menos 20%", afirma.


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