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Obama vai à Ásia para criar vagas nos EUA
Após derrota eleitoral, presidente vai ao G20 e diz que foco de sua viagem é o problema do desemprego interno
Dirigente chinês critica
pacote de US$ 600 bi do
BC dos EUA e indica que
encontro de líderes na
Coreia do Sul será tenso
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A derrota para a oposição
republicana fez o presidente
americano, Barack Obama,
mudar o tom do seu giro pela
Ásia, iniciado ontem: a prioridade agora, ao menos no
discurso, é a criação de emprego, deixando de lado as
questões diplomáticas.
"A intenção principal é levar uma série de empresas
americanas e abrir mercados, para que possamos vender na Ásia, em alguns dos
países que mais crescem no
mundo, e criar empregos
aqui nos EUA", disse Obama.
A viagem de Obama passa
por Índia, Indonésia e Japão,
mas seu ponto principal é a
Coreia do Sul, onde ocorre a
reunião do G20 na semana
que vem. A expectativa é que
os EUA serão fortemente criticados pelos demais membros do grupo pelas medidas
tomadas pelo Fed (o banco
central americano).
Na própria Ásia, a compra
de US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro pelo Fed é alvo de duras críticas.
O vice-chanceler da China,
Cui Tiankai, que é o principal
negociador do país no G20,
criticou duramente o plano
do Fed. "Seria apropriado
que alguém desse um passo
adiante e nos desse uma explicação. Caso contrário, a
confiança internacional na
recuperação e no crescimento da economia global pode
ser prejudicada."
Anteontem, a compra de
títulos já tinha sido criticada
por países como Coreia do
Sul e Tailândia. Mas o tom
mais forte chinês chama a
atenção porque o país é o
principal credor externo dos
EUA e, geralmente, é cauteloso em suas críticas.
Além disso, o dirigente
chinês indicou que o país
não vai apoiar a proposta
americana de impor uma meta para o saldo em conta-corrente dos países do G20 -o
plano deve ser discutido na
semana que vem, no encontro na Coreia do Sul.
"Se você olhar para a economia global, existem vários
temas que merecem mais
atenção -por exemplo, a
questão da expansão monetária quantitativa [referência
à medida do BC dos EUA ]."
MUDANÇA DE FOCO
A mudança de foco não é
fortuita. O Partido Democrata, de Obama, perdeu nesta
semana a maioria na Câmara
de Representantes (deputados), e as pesquisas mostram
que os eleitores estão insatisfeitos com as medidas tomadas por Washington para recuperar a economia.
Ontem, o governo divulgou que foram criados 151 mil
postos de trabalho no mês
passado (o primeiro aumento em cinco meses), sinalizando que o setor privado começa a dar sinais de força.
Porém, a taxa de desemprego
não mudou: 9,6% -alta para
os padrões americanos.
Obama disse que o resultado foi encorajador, mas não
bom o suficiente, e prometeu
usar a viagem pela Ásia para
promover as empresas americanas para que vendam
mais produtos no exterior.
MERCADOS
Depois dos fortes ganhos
anteontem, as Bolsas globais
tiveram um dia em que os investidores preferiram embolsar os ganhos acumulados. A
Bovespa recuou 0,5%, e o índice Dow Jones, em Nova
York, teve alta de 0,08%.
Já o dólar foi negociado a
R$ 1,68, alta de 0,11%, mas
recuou 1,35% na semana.
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