São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2011

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Petrobras agora afirma que preço da gasolina pode subir

Estatal vinha negando que fosse repassar alta do petróleo aos consumidores

Apesar da afirmação de Gabrielli, ministro Guido Mantega nega que combustível vá ser reajustado

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

A Petrobras mudou o discurso e considera subir os preços dos combustíveis. O presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, disse ontem que, se os preços do petróleo permanecerem no atual patamar, haverá reajuste.
Na semana passada, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, havia dito que a estatal não faria nenhuma alteração no preço.
Ontem, porém, Gabrielli se mostrou preocupado. "Caso se configure uma estabilização do petróleo no mercado internacional, nós teremos de alterar os preços do petróleo e de derivados no Brasil", disse, em São Paulo.
"Mas ainda não está muito claro se os preços serão estabelecidos nesse patamar", ponderou, sem dar prazo para o possível aumento.
Apesar da afirmação de Gabrielli, Guido Mantega negou que haverá reajuste. Durante entrevista para anunciar medidas cambiais, o ministro foi questionado se estaria preocupado com um aumento de preço.
"Eu não estou preocupado com a alta da gasolina porque não há alta de gasolina."
Os jornalistas então informaram ao ministro da Fazenda que a Petrobras sinalizou aumento no combustível. Ele, no entanto, insistiu em que não haveria reajuste.
"Não há alta da gasolina no Brasil e não está prevista nenhuma alta", afirmou.
Ontem o petróleo Brent fechou a US$ 122,30, alta de 22% em dois meses. "É uma variação muito grande", disse Gabrielli.
Na terça, a gasolina nas refinarias da Petrobras estava 15% mais barata que a vendido na Costa do Golfo, nos EUA (referência de mercado), segundo a Tendências Consultoria.
Mas, desde 2008, quando o petróleo desabou refletindo a crise, até o fim do ano passado, a Petrobras praticou preços superiores aos do mercado externo. No período, a política de não repassar a volatilidade dos preços externos para o mercado interno beneficiou a empresa.
Desde a última mudança de preço, em junho de 2009, os valores domésticos da gasolina estiveram 16% maiores que os externos, em média, segundo a Tendências.
"A defasagem começou no final de 2010 e se agravou neste ano, com a crise nos países árabes", diz Walter De Vitto, economista da Tendências. Por isso, o reajuste de preços não seria urgente, na avaliação dele.
Apesar de o preço interno estar 15% mais baixo que o externo, De Vitto não crê em reajuste nessa proporção.

Com Brasília


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