São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2011

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"NYT" vê onda de cobrança por conteúdo

Presidente-executiva do grupo diz que jornal tem obtido "resultados encorajadores" nas assinaturas on-line

"Jornal impresso tem vida mais longa do que as pessoas imaginam", afirma o publisher do diário norte-americano

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

A cobrança de conteúdo jornalístico on-line não vai parar no "New York Times", pelo menos de acordo com a previsão do próprio jornal. Para Janet Robinson, presidente-executiva do grupo, haverá uma "onda" de sistemas de cobrança.
"O interesse que o nosso sistema gerou não só entre jornais, mas também revistas, é bem impressionante", disse a executiva em evento na Universidade Columbia, em Nova York, sem citar os nomes de outras empresas que entraram em contato com o jornal para pedir informações sobre o sistema.
Robinson confirmou ainda que o segundo maior jornal do grupo, o "Boston Globe", também passará a cobrar, no segundo semestre.
Nem ela nem o publisher do "New York Times", Arthur Sulzberger Jr. (que também estava no evento na noite de anteontem), quiseram divulgar o número de assinaturas on-line do jornal desde que iniciou a cobrança, na semana passada.
Os valores podem variar de US$ 3,75 (R$ 6) até US$ 11,70 (R$ 18,70) por semana, dependendo do pacote de assinatura escolhido.
"Mas os resultados têm sido encorajadores", disse Robinson. "É uma aposta de longo prazo", complementou Sulzberger.
Questionado sobre as estratégias usadas pelas pessoas para burlar a cobrança, Sulzberger usou o exemplo de que qualquer pessoa pode fazer o mesmo, pegando um jornal na banca sem pagar. "Isso se chama roubo."
"Nós esperamos e acreditamos que criamos um sistema associado à crença de que a maioria das pessoas é honrada e vai pagar por algo que tem valor."
Robinson, porém, ressaltou que a empresa vai monitorar essas estratégias.
Ele não concorda com a ideia de que o sistema, que tem vários modelos de assinatura, seja complexo. "Ele não é complexo, é novo. Dê um tempo para ele."
O publisher afirmou ainda que, apesar da aposta no mundo digital, o jornal impresso ainda vai durar muito tempo. "Eles têm uma vida mais longa do que as pessoas imaginam."
Para Sulzberger, o poder da informação está crescendo e o futuro do jornalismo é "forte". "As pessoas precisam cada vez mais de informação de qualidade", afirmou o publisher.


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