DE CARACAS

Na sexta-feira, o mercado de dólar paralelo, não oficial mas legal, completou três semanas sem funcionar na Venezuela, aumentando a apreensão dos que buscavam no sistema as divisas escassas no esquema de câmbio fixo vigente desde 2003.
O governo promete para hoje o anúncio das novas regras para o sistema, que flutuará dentro de uma banda de valores definida pelo Banco Central local. A gestão Chávez contratou a Bloomberg para ajudar a pôr o novo esquema no ar.
O imbróglio do câmbio, que, fixo, segue mantendo o bolívar sobrevalorizado mesmo após a maxidesvalorização de janeiro, é um dos pontos cegos da economia, que recuou 5,8% no primeiro trimestre.
Mesmo economistas simpáticos ao esquema fiscal do chavismo veem no regime do dólar o pior da política macroeconômica.
A aposta é que, com a exclusão dos pequenos investidores do mercado paralelo, haverá mercado negro que não deixará de estimular a inflação, que passou de 11% de janeiro a abril deste ano.

ALTA DA INFLAÇÃO
Alberto Ramos, analista do Goldman Sachs, diz que a inflação real deve ser ainda maior que a registrada oficialmente, pois reflete também os preços dos mercados de alimentos estatais subsidiados.
"Há ainda a inflação não pecuniária, provocada pela escassez e pelas filas. O consumidor quer carne, mas acaba levando frango, pelo preço que for", diz ele.
(FM)


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