São Paulo, terça-feira, 07 de setembro de 2010

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Indústria naval pede investimento em frota brasileira

Em carta aos presidenciáveis, sindicato do setor alerta para os gastos com navios estrangeiros para carga

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

O Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore) vai apresentar aos presidenciáveis pedido de apoio para a formação de uma marinha mercante brasileira. O pedido consta de carta aos candidatos.
A marinha mercante é formada pela frota de navios usados para o transporte marítimo de carga. Hoje, no Brasil, esse setor tem predominância estrangeira e é fonte de despesas na balança de serviços do país.
Na carta a ser entregue nos próximos dias e obtida em primeira mão pela Folha, o setor alerta que o país pagou em seis anos US$ 7,7 bilhões em afretamentos de navios de bandeira estrangeira.
O valor equivale ao preço de 50 navios no país. A capacidade brasileira de transporte é mínima.
A carta tem o objetivo de obter compromissos dos candidatos com a recuperação do setor e com avanços. Apesar da retomada, os estaleiros brasileiros possuem hoje apenas 300 encomendas em carteira. "O mundo tem 8.000 navios em construção", compara o Sinaval.
O documento de 11 páginas elaborado pelo sindicato reconhece avanços, como a oferta de financiamento com recursos do FMM (Fundo de Marinha Mercante). De 2001 para 2010, os recursos liberados passaram de R$ 300 milhões para R$ 4,7 bilhões.
Ainda segundo a carta, o Sinaval afirma que a recuperação do setor permitiu a geração de empregos em larga escala no país.
Em 2000, o número de vagas no setor era de apenas 2.000. Agora, já alcançou 78 mil postos de trabalho.
Hoje, o setor é formado por 37 estaleiros espalhados por várias regiões do país. As grandes encomendas da Petrobras (de petroleiros, embarcações de apoio e sondas) podem estimular a construção de outros 18 estaleiros, aponta o Sinaval.

AÇO NAVAL
O sindicato também faz um alerta sobre a necessidade de investimentos no setor siderúrgico para o atendimento da demanda.
De acordo com o sindicato, o parque de estaleiros já em operação estima demanda de 1,8 milhão de toneladas de aço naval (chamado de chapa grossa) nos próximos cinco anos. São cerca de 370 mil toneladas por ano.
O Sinaval pede ao governo uma ingerência no setor siderúrgico capaz de estimular a instalação de outros produtores de aço estrutural de chapa grossa além do grupo Usiminas, único fornecedor.


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