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Indústria naval pede investimento em frota brasileira
Em carta aos presidenciáveis, sindicato do setor alerta para os gastos com navios estrangeiros para carga
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
O Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e
Offshore) vai apresentar aos
presidenciáveis pedido de
apoio para a formação de
uma marinha mercante brasileira. O pedido consta de
carta aos candidatos.
A marinha mercante é formada pela frota de navios
usados para o transporte marítimo de carga. Hoje, no Brasil, esse setor tem predominância estrangeira e é fonte
de despesas na balança de
serviços do país.
Na carta a ser entregue nos
próximos dias e obtida em
primeira mão pela Folha, o
setor alerta que o país pagou
em seis anos US$ 7,7 bilhões
em afretamentos de navios
de bandeira estrangeira.
O valor equivale ao preço
de 50 navios no país. A capacidade brasileira de transporte é mínima.
A carta tem o objetivo de
obter compromissos dos candidatos com a recuperação
do setor e com avanços. Apesar da retomada, os estaleiros brasileiros possuem hoje
apenas 300 encomendas em
carteira. "O mundo tem
8.000 navios em construção", compara o Sinaval.
O documento de 11 páginas elaborado pelo sindicato
reconhece avanços, como a
oferta de financiamento com
recursos do FMM (Fundo de
Marinha Mercante). De 2001
para 2010, os recursos liberados passaram de R$ 300 milhões para R$ 4,7 bilhões.
Ainda segundo a carta, o
Sinaval afirma que a recuperação do setor permitiu a geração de empregos em larga
escala no país.
Em 2000, o número de vagas no setor era de apenas
2.000. Agora, já alcançou 78
mil postos de trabalho.
Hoje, o setor é formado por
37 estaleiros espalhados por
várias regiões do país. As
grandes encomendas da Petrobras (de petroleiros, embarcações de apoio e sondas)
podem estimular a construção de outros 18 estaleiros,
aponta o Sinaval.
AÇO NAVAL
O sindicato também faz
um alerta sobre a necessidade de investimentos no setor
siderúrgico para o atendimento da demanda.
De acordo com o sindicato,
o parque de estaleiros já em
operação estima demanda
de 1,8 milhão de toneladas de
aço naval (chamado de chapa grossa) nos próximos cinco anos. São cerca de 370 mil
toneladas por ano.
O Sinaval pede ao governo
uma ingerência no setor siderúrgico capaz de estimular a
instalação de outros produtores de aço estrutural de
chapa grossa além do grupo
Usiminas, único fornecedor.
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