São Paulo, terça-feira, 07 de setembro de 2010

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commodities

Oferta de cobre crescerá 24% até 2014

Capacidade de produção mundial deve atingir 24 milhões de toneladas, segundo grupo de estudo do metal

No Brasil, oferta das minas vai quase dobrar no período, mas país ainda representará só 2% da oferta global


TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

A capacidade de produção mundial de cobre deve crescer 24% até 2014, quando deve atingir 24,2 milhões de toneladas, segundo estimativa do ISCG (grupo internacional de estudo de cobre).
O percentual representa uma expansão de 4,7 milhões de toneladas na capacidade em relação à produção mundial de 2009, que foi de 19,5 milhões de toneladas.
O estudo foi feito com base em instalações existentes e em projetos com potencial de produção já anunciado.
O Brasil é um dos países nos quais está concentrada a maioria dos novos projetos e expansões, ao lado de Chile -maior produtor de cobre do mundo-, Peru, EUA, Congo, Mongólia e Zâmbia.
Juntos, esses países representam cerca de 72% do aumento de capacidade previsto para os próximos anos.
Só no Brasil, o potencial de produção da commodity vai praticamente dobrar até 2014, passando de 250 mil toneladas em 2009 para 475 mil toneladas em 2014.
Apesar do avanço, a participação do país na capacidade global de produção vai subir pouco, de 1,3% para 2%.
"A expansão no Brasil é bastante significativa para o país, mas não chega a afetar o mapa global de oferta de cobre", diz Ana Rebelo, chefe de estatística do ISCG, instituição com sede em Lisboa.

AVANÇO AFRICANO
Entre as novas fronteiras de produção, o grande destaque está na África, que vai adicionar 800 mil toneladas de capacidade até 2014.
"Desde 2000, a região, que é uma das mais ricas em cobre no mundo, recebeu uma boa quantidade de investimento estrangeiro", diz a especialista do ISCG.
A Vale é uma das empresas que aposta no continente. A empresa formou uma joint venture com a African Rainbow Minerals para um projeto de exploração de cobre na Zâmbia, com capacidade estimada em 45 mil toneladas por ano e início de produção previsto para 2013.
A brasileira também tem um novo projeto no Chile, país que manterá a liderança na oferta mundial de cobre, com uma capacidade adicional de 1 milhão de toneladas nos próximos quatro anos.
No ano passado, o país latino poderia ofertar, em plena capacidade, 6 milhões de toneladas da commodity.
Já o Peru deve ultrapassar os Estados Unidos na segunda posição, com uma capacidade de 2,2 milhões de toneladas em 2014, ante 2 milhões de toneladas dos norte-americanos.

DEMANDA CHINESA
Se os países latinos, africanos e os Estados Unidos serão responsáveis pelo aumento da oferta de cobre nos próximos anos, a China garantirá a maior demanda.
A capacidade de refino de cobre naquele país aumentará das 4,7 milhões de toneladas registradas no ano passado para 6,7 milhões de toneladas em 2014.
"O mundo vai precisar produzir muito cobre para responder a esse aumento de demanda e a sucata terá de ser mais reaproveitada", comenta Ana Rebelo.
Hoje, a China produz cerca de 1 milhão de toneladas de cobre para as refinarias locais, que usam sucata como matéria-prima na proporção de 30% do total de insumos.
No mundo, a capacidade de refino atingirá 27,8 milhões de toneladas em 2014, um crescimento de 18% em relação a 2009.
Metade dessa expansão ocorrerá na China. Índia, Indonésia e Irã também terão contribuição relevante para esse avanço.


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