São Paulo, terça-feira, 07 de setembro de 2010

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Farmacêutica aposta em setor estético

Brasileira quer crescer em filão dos "dermocosméticos" e ganhar mercado das estrangeiras que atuam no país

Segundo Biolab, os itens fabricados localmente são de 30% a 40% mais baratos nas prateleiras para os consumidores


CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Aproveitando a maior demanda dos brasileiros por tratamentos de saúde-no embalo do aumento da renda-uma empresa nacional quer crescer em um setor dominado pelos estrangeiros.
A Biolab aposta no segmento de "dermocosméticos", como têm sido chamados os cosméticos com valor terapêutico.
São itens como cremes de hidratação profunda, filtros solares com alto fator de proteção e loções que prometem o clareamento da pele.
Esses produtos representam um mercado doméstico de R$ 2,9 bilhões, cuja maior fatia (63%) pertence a estrangeiras, como as francesas Vichy e La Roche Posay.
"Acreditamos no potencial do setor. O dermatologista passou a ser mais visitado pelos brasileiros", diz Cleiton de Castro Marques, presidente da Biolab.
Segundo o executivo, os itens fabricados localmente são de 30% a 40% mais baratos para o consumidor. E esse não seria o único atrativo.
"Os produtos domésticos são mais adequados à pele brasileira", diz.
A Biolab investe, em pesquisas, 7% do faturamento, que deve chegar a R$ 610 milhões em 2010.
Entre estudos envolvendo medicamentos (negócio principal) e dermocosméticos, a empresa tem 35 moléculas em desenvolvimento.
"O plano é dobrar o faturamento até 2014", diz Marques.

ANVISA
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não tem uma categoria específica para dermocosméticos.
Mas informou à Folha que "produtos com finalidade ou valor terapêutico não são aceitos como cosméticos".
Flávia Addor, vice-presidente da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, diz que o uso dos "dermocosméticos" começou a se intensificar na década de 1990.
Hoje, segundo ela, cerca de 40% das prescrições dos dermatologistas de clínica particular contemplam os produtos.
Mas Addor faz uma ressalva: é preciso avaliar a real necessidade do uso dos dermocosméticos. "Eles são mais caros e a relação custo-benefício também conta."


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