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Farmacêutica aposta em setor estético
Brasileira quer crescer em filão dos "dermocosméticos" e ganhar mercado das estrangeiras que atuam no país
Segundo Biolab, os itens fabricados localmente são de 30% a 40% mais baratos nas prateleiras para os consumidores
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO
Aproveitando a maior demanda dos brasileiros por
tratamentos de saúde-no
embalo do aumento da renda-uma empresa nacional
quer crescer em um setor dominado pelos estrangeiros.
A Biolab aposta no segmento de "dermocosméticos", como têm sido chamados os cosméticos com valor
terapêutico.
São itens como cremes de
hidratação profunda, filtros
solares com alto fator de proteção e loções que prometem
o clareamento da pele.
Esses produtos representam um mercado doméstico
de R$ 2,9 bilhões, cuja maior
fatia (63%) pertence a estrangeiras, como as francesas
Vichy e La Roche Posay.
"Acreditamos no potencial
do setor. O dermatologista
passou a ser mais visitado
pelos brasileiros", diz Cleiton
de Castro Marques, presidente da Biolab.
Segundo o executivo, os
itens fabricados localmente
são de 30% a 40% mais baratos para o consumidor. E esse
não seria o único atrativo.
"Os produtos domésticos
são mais adequados à pele
brasileira", diz.
A Biolab investe, em pesquisas, 7% do faturamento,
que deve chegar a R$ 610 milhões em 2010.
Entre estudos envolvendo
medicamentos (negócio
principal) e dermocosméticos, a empresa tem 35 moléculas em desenvolvimento.
"O plano é dobrar o faturamento até 2014", diz Marques.
ANVISA
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
não tem uma categoria específica para dermocosméticos.
Mas informou à Folha que
"produtos com finalidade ou
valor terapêutico não são
aceitos como cosméticos".
Flávia Addor, vice-presidente da regional de São
Paulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, diz que o
uso dos "dermocosméticos"
começou a se intensificar na
década de 1990.
Hoje, segundo ela, cerca
de 40% das prescrições dos
dermatologistas de clínica
particular contemplam os
produtos.
Mas Addor faz uma ressalva: é preciso avaliar a real necessidade do uso dos dermocosméticos. "Eles são mais
caros e a relação custo-benefício também conta."
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