São Paulo, domingo, 08 de maio de 2011

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Sem nova pista, 3º terminal ficará ocioso

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

O novo terminal de passageiros do aeroporto internacional de Guarulhos, cuja obra o governo quer conceder à iniciativa privada, não deve chegar à sua plena capacidade.
Pelo projeto da Infraero, o terceiro terminal aumentaria a capacidade atual de Guarulhos de 20,5 milhões de passageiros para 42 milhões.
Porém, sem a construção de uma terceira pista, como previsto no plano original do aeroporto, a capacidade de Guarulhos deve se limitar a 30 milhões a 35 milhões de passageiros, segundo consultores e analistas ouvidos pela Folha.
"Não é possível atingir 40 milhões de passageiros por ano em Guarulhos sem que haja melhoria quanto à capacidade de pista", diz Érico Santana, mestre em engenharia pelo ITA e consultor de planejamento aeroportuário para uma empresa de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
A construção de uma terceira pista faz parte do projeto original do aeroporto, mas já foi descartada pelo governo diante dos enormes custos políticos e financeiros.
Estudo da consultoria McKinsey, encomendado pelo BNDES, apontou um custo de R$ 1,5 bilhão a R$ 6 bilhões, dependendo da localização da pista.

REFORMA
Segundo o estudo, seria preciso construir o terceiro terminal e a terceira pista, além de reformar o sistema de pátio e pistas (obra prevista pela Infraero), para equilibrar a capacidade de passageiros e de aviões.
A construção de pista ao norte (custo de R$ 1,5 bilhão) adicionaria uma capacidade de 13 milhões a 17 milhões de passageiros, mantido o tamanho médio das aeronaves em operação.
Para Santana, além de reduzir a atratividade para o investidor, a capacidade real menor do novo terminal eleva a necessidade de um novo aeroporto para atender a demanda da região metropolitana de São Paulo -de pelo menos mais 60 milhões de passageiros até 2030.
"Com essa limitação em Guarulhos e a distância de Campinas em relação a São Paulo, é urgente um novo aeroporto."
O modelo de concessão administrativa proposto pelo governo tampouco deve trazer melhorias na operação do aeroporto.
Isso porque caberá ao gestor privado cuidar de lojas e estacionamentos, e a operação aeroportuária propriamente dita -que carece de ganhos de eficiência- continuará com a Infraero.


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