São Paulo, domingo, 08 de maio de 2011

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Investimento no mundo chega a US$ 60 bilhões

DE SÃO PAULO

O investimento de empresas chinesas no mundo saltou de US$ 11,3 bilhões em 2005 para US$ 60,1 bilhões em 2010. Segundo projeções do analista sênior de China da EIU (Economist Intelligence Unit), Duncan Innes-Ker, essa cifra deve atingir US$ 137 bilhões em 2015.
Nações emergentes e desenvolvidas sonham em abocanhar parte desses recursos. Mas, não raro, o modelo de gestão empresarial chinês tem sido fonte de casos de conflito e de choque cultural.
Na África subsaariana, para onde foram 14% dos investimentos da China nos últimos cinco anos, a relação sino-africana é ambígua.
As empresas chinesas levam empregos, dinheiro, comércio e conhecimento técnico, mas colecionam denúncias trabalhistas e problemas ambientais.
Um exemplo ocorreu no sul da Zâmbia no ano passado: em meio a um protesto contra as más condições de trabalho nas minas de cobre, dois gerentes chineses atiraram contra a multidão, ferindo ao menos uma dúzia de trabalhadores africanos.
Segundo especialistas, casos como esse tendem a se tornar mais raros.
Eles acreditam que, com a aceleração do processo de internacionalização, o estilo de gestão das empresas chinesas deverá se tornar mais flexível e menos centralizador.
"Já notamos mudanças. Há casos de gestão mais compartilhada em algumas grandes empresas", diz Denys Monteiro, sócio-diretor da Fesa, empresa de recrutamento de altos executivos.
Segundo especialistas, o Brasil está bem posicionado para atrair investimentos chineses. Dados do Banco Central mostram que o investimento direto chinês no Brasil saltou de US$ 28 milhões em 2001 para US$ 392 milhões no ano passado.
Mas analistas estimam que a maior parcela de investimentos da China chega ao país via paraísos fiscais.
Levantamento feito pela Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica) mostra que o investimento agregado de paraísos fiscais no Brasil saltou de US$ 4,1 bilhões em 2001 para o recorde de US$ 11,4 bilhões em 2010.
(EF e NP)

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