DE SÃO PAULO

O presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Reginaldo Arcuri, disse que a recuperação dos investimentos industriais observada no início deste ano é o sinal mais evidente de que não há desindustrialização do país.
A ABDI integra o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Segundo Arcuri, os investimentos na chamada Formação Bruta de Capital Fixo -um dos componentes de formação do PIB- recuperaram-se depois do auge da crise global. A medida, que indica o investimento industrial, voltou ao patamar de 18% do PIB, uma recuperação, segundo ele.
A meta da Política de Desenvolvimento Produtivo -a política industrial do governo Lula- era de 21% até o fim deste ano.
Arcuri disse que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), principal financiador do setor industrial brasileiro, elevou os desembolsos em 2010, alcançando cifra de R$ 15,6 bilhões de janeiro a abril. "Isso significa crescimento de 130% sobre igual período de 2009", disse.
Ele também usa comparações com 2009 para demonstrar o crescimento industrial visto no período. A expansão entre o primeiro trimestre de 2009 com o de 2010 foi de 14,6%, diz. Sobre o trimestre imediatamente anterior (4º trimestre de 2009), o crescimento industrial foi de 4,5%.
Arcuri reconhece dificuldades pontuais no setor industrial, mas diz que a perda de participação da indústria no PIB na era do real ocorreu devido às sucessivas crises pelas quais o mundo passou no período -entre as quais as crises do México, da Ásia, da Argentina, culminando na crise financeira internacional de 2009.
Sobre as importações crescentes, Arcuri faz ponderações. No caso dos eletroeletrônicos, a razão, diz, é a falta de uma indústria de componentes no país. E, no caso da indústria de bens de capital, a importação teria ligação com a modernização. (AB)


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