São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Oferta de boi é menor do que se previa em MT

A Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso) divulga hoje, em Cuiabá, um estudo que pode deixar os frigoríficos apreensivos.
Um balanço da oferta de gado no Estado, resultado de um trabalho elaborado pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), com a coordenação da Acrimat, aponta que o Estado tem apenas 1,54 milhão de cabeças de gado na idade de 36 meses para abate neste ano.
O problema é que os abates avançam em ritmo acelerado e 1,17 milhão desses animais já foi abatido de janeiro a maio.
Os abates de machos com idade superior a 36 meses neste ano já superam em 20% os de igual período de 2009. Já o abate total acumula 1,9 milhão de cabeças, 13% a mais do que em 2009.
O ano passado foi um período difícil para o setor devido aos sérios problemas financeiros de vários frigoríficos. Muitos, inclusive, interromperam os abates.
Se o cenário é ruim para este ano, não melhora para os próximos. Os dados do estudo apontam que o gado acima de 36 meses disponível em 2011 é de apenas 1,24 milhão de cabeças.
Para 2012, a oferta é 1,1 milhão, recuando para 1,04 milhão de animais em 2013. Esses números ficam bem abaixo de 2007, quando o Estado abateu 1,8 milhão de cabeças acima de 36 meses.
A oferta de gado em Mato Grosso é importante porque o Estado tem o maior rebanho nacional, somando 27 milhões de cabeças.
A capacidade de abate de Mato Grosso é de 5 milhões de cabeças por ano. Em 2009, foram abatidos 4,2 milhões de animais.
Essa redução na oferta de boi ocorre devido ao descasamento dos preços no setor. O preço do bezerro, que caiu forte há quatro anos, fez os pecuaristas aumentarem o abate de fêmeas, o que reflete atualmente na oferta de bois.
A Acrimat deverá divulgar hoje um histórico dessa relação preço-oferta e as perspectivas de médio e longo prazos para o setor.

Mais com menos O Brasil gastou US$ 66,5 milhões nas importações de leite da Argentina nos cinco primeiros meses deste ano, conforme dados do governo argentino. Esses gastos superam em 2,2% os de igual período do ano anterior.

Abaixo Apesar da alta nos gastos, o volume de importações foi bem menor. Até maio, as compras brasileiras somaram 14,3 mil toneladas, 34% menos do que no mesmo período de 2009. O preço médio subiu 54%, para US$ 3.256 por tonelada.

Pressão agrícola Os preços agrícolas subiram 0,46% no atacado em junho, segundo o IGP da FGV. Em maio, a alta foi de 0,19%. Soja (2,78%), café (6,01%) e carne bovina (3,51%) lideraram os aumentos.

Escalada Menor quantidade de animais para abate e a semana de pagamento de salários voltaram a elevar o preço do frango em São Paulo. Ontem, o quilo da ave viva foi cotado a R$ 1,55. Vizinhos A América do Sul está comprando mais café do Brasil. O volume exportado para a região cresceu 45% no primeiro semestre, para 791 mil sacas. A receita subiu 95%, para US$ 127 milhões, segundo o Cecafé.

Maior cliente Apesar de uma queda de 7% no volume importado, a Alemanha ainda é o maior comprador do café brasileiro. De janeiro a junho, o país comprou 2,7 milhões de sacas de café do país.

Com TATIANA FREITAS e KARLA DOMINGUES



FEIJÃO

Resgate de semente eleva produtividade

A preservação de sementes antigas pode ajudar o agricultor a obter boa produtividade. A Emater-RS estimulará os produtores de feijão a guardar sementes que não serão usadas nesta safra. As variedades podem não ser produtivas agora, mas em outro ambiente ou clima.


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