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Lula critica ricos por
tentar "tabelar" preço de commodities
Na Tanzânia, presidente afirma que ricos
vão criar confusão com os mais pobres
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A DAR ES SAALAM
(TANZÂNIA)
No périplo que faz pela
África para estimular negócios entre o Brasil e o continente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou os
países ricos ontem, na Tanzânia, afirmando que eles
tentarão "tabelar" o preço de
commodities produzidos nos
países mais pobres.
Falando em evento comercial em Dar es Saalam, ele criticou duas vezes a China, pela forma como faz negócios
com a África, e reforçou as
vantagens do Brasil.
"Nas próximas discussões
do G20, os países ricos (...)
vão tentar criar confusão
com os países pobres que
têm minério para exportar
porque eles querem controlar os preços."
O próximo encontro do
G20 será em novembro deste
ano, em Seul (Coreia do Sul).
A fala enaltecendo as vantagens de os países em desenvolvimento reforçarem as
suas trocas econômicas foi
feita sob medida para agradar aos tanzanianos.
Ao falar a empresários brasileiros e tanzanianos, na
presença do presidente do
país, Jakaya Kikwete, Lula citou o fato de a Vale estar concorrendo em uma licitação
para explorar minas de carvão e fosfato na Tanzânia e
usou seu discurso para defender a mineradora.
Disse que a empresa brasileira contrata trabalhadores
locais e "não traz trabalhadores do Brasil ou de outros lugares, como alguns fazem".
A China leva seus próprios
trabalhadores aos países onde realiza obras.
DÍVIDA PERDOADA
Em seguida, o presidente
citou diretamente a potência
asiática.
"Nada contra os meus
amigos chineses. Pelo contrário. É um grande parceiro
nosso e queremos manter
nossa parceria estratégica.
Mas a verdade é que, às vezes, eles ganham uma mina e
trazem todos os chineses para trabalhar naquela mina."
Sob a tutela de Lula, a Petrobras também assinou um
acordo com a companhia de
petróleo local para que o etanol seja incluído na gasolina
e no diesel do país.
Lula anunciou que irá perdoar a dívida da Tanzânia
com o Brasil, no valor de
US$ 246 milhões.
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