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Bebida promete curar efeitos da ressaca
Apesar de ter a importação liberada, Anvisa diz que a empresa não pode propagandear benefício terapêutico
O produto, hoje importado da França, deve passar a ser produzido no interior de São Paulo em breve
MARIANA SCHREIBER
GRAZIELLE SCHNEIDER
DE SÃO PAULO
Security, bebida francesa
criada há 12 anos e que promete curar a ressaca, chegou
ao país pelas mãos de quatro
sócios brasileiros.
Seis meses depois do início das vendas on-line e em
lojas de conveniência do Rio
de Janeiro, eles se preparam
para chegar aos postos paulistanos em setembro, quando também estreiam nos
EUA. Depois, em outros países da América do Sul.
Um dos sócios, Samuel
Goldstein, descobriu a bebida numa revista de celebridades francesa em 2006.
"Os franceses, concentrados na expansão na Europa e
na Ásia, ignoravam o potencial brasileiro. Mostrei para
eles os números do mercado
de cerveja e obtive exclusividade de vendas em 2007."
Com gosto de pera e vendida em garrafas de 30 ml (cerca de R$ 15 cada uma), Security lembra um chá. Foram
vendidas 25 mil no Brasil em
julho. A expectativa é de que,
no fim de 2011, a venda mensal chegue a 1 milhão.
O produto, hoje importado
da França, deve passar a ser
produzido no interior de São
Paulo em três meses.
"Vamos importar apenas o
xarope, que representa 5%
da fórmula. Nossa margem
de ganho deve crescer 30%."
Goldstein e seus sócios já
investiram R$ 5 milhões na
venda do Security no Brasil.
A mesma quantia foi investida na expansão continental.
ANVISA
Security está na mira da
Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária).
Embora a importação da
bebida esteja liberada pelo
Ministério da Agricultura, a
Anvisa e o próprio ministério
dizem que a autorização não
permite que a empresa prometa a cura da ressaca.
"Se o produto está em situação legal, pode ser comercializado com a função única
de saciar a sede. Qualquer
propaganda que remeta a
alegações terapêuticas pode
configurar infração", diz nota divulgada pela Anvisa.
Goldstein afirma que pediu autorização da Anvisa
para vender o produto em
2007 e que lá foi orientado a
procurar o ministério. O processo durou dois anos. Ele
garante que tem a documentação, mas já espera por uma
disputa jurídica.
"A legislação é confusa.
Sabemos que atuamos numa
área incerta. Mas, se tivermos que mudar a estratégia
de marketing, o produto já
será conhecido."
Foi exatamente o que
aconteceu na França. Em
1998, a venda do Security ficou proibida por 87 dias devido à promessa de eliminar o
álcool do organismo. A propaganda foi alterada, e a garrafinha voltou às prateleiras.
Segundo Goldstein, 15 milhões de garrafas são consumidas em 25 países por ano.
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