São Paulo, sábado, 08 de outubro de 2011

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Trajetória do fundador da Apple dá pista de como inovar sempre

Ritmo de mudanças desacelera em diversos setores, como energia

DAVID BROOKS
DO "NEW YORK TIMES"

Surgiram recentemente algumas ideias sobre a desaceleração na inovação. Michael Mandel escreveu sobre isso para a revista "Business Week" em 2009. Tyler Cower publicou em 2010 um livro que conquistou influência, "The Great Stagnation".
Neal Stephenson, um escritor de ficção científica, acaba de publicar no "World Policy Journal" um estudo chamado "Famintos de Inovação", e Peter Thiel, o executivo de capital para empreendimentos que ajudou a criar o PayPal e financiar o Facebook, publicou um ensaio sobre "O Fim do Futuro" na "National Review".
Todos esses autores reconhecem avanços incríveis na tecnologia da informação. A robótica também parece estar progredindo rapidamente. Mas o ritmo da mudança vem desacelerando em diversos setores.
Thiel aponta que viajamos às mesmas velocidades que há meio século, em terra e no ar. Dependemos das mesmas fontes de energia -em 2009, Warren Buffett fez um investimento de US$ 44 bilhões. O projeto era uma ferrovia para o transporte de carvão.

EXEMPLO DE JOBS
Os obituários de Steve Jobs, cofundador da Apple que morreu nesta semana, mostram como redes de ideias distintas podem impulsionar a inovação.
Ao longo de sua vida, ele combinou três espaços ideológicos assíncronos: a contracultura dos anos 60, a cultura dos primeiros nerds da computação e a cultura empresarial dos Estados Unidos.
A combinação dessas três redes de ideias produziu uma cascata de inovações, resultando não apenas em novos produtos e estilos de gestão como uma nova personalidade ideal -o magnata empresarial de jeans e camiseta preta de mangas compridas. Pessoas antes marginalizadas se uniram, concorreram ferozmente, e tentaram dirimir suas desconfortáveis relações com a sociedade.
As raízes de uma grande inovação jamais estão apenas na tecnologia em si. Sempre se estendem ao contexto histórico mais amplo. Requerem novas maneiras de ver. Afinal, como Einstein disse, "os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos com o mesmo nível de pensamento que tínhamos quando os criamos".

Tradução de PAULO MIGLIACCI



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