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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Marca regional menor cresce em varejo de bairro
No varejo independente,
formado por empórios, mercearias, padarias e lojas de
conveniência, algumas marcas regionais atingiram tamanho crescimento de vendas que já começam a desbancar a liderança de empresas mais conhecidas.
A inversão ocorre principalmente em produtos como
arroz, fraldas descartáveis,
massas, biscoitos, álcool,
açúcar e grande parte dos
produtos de limpeza.
O fato, que ocorre com
mais frequência no Nordeste,
foi verificado por uma pesquisa que será divulgada
neste mês pela Nielsen e pela
Abad (Associação Brasileira
de Atacadistas de Produtos
Industrializados).
As grandes marcas, líderes
de vendas, porém, reafirmam sua força nesse segmento do varejo em categorias de maior valor agregado,
como iogurte, azeite, temperos e molhos prontos, café
solúvel, adoçante, maionese
e creme dental.
"Estas marcas menos conhecidas que se destacam no
varejo independente estão ligadas a produtos essenciais,
que não demandam tanta
tecnologia e pesquisa na produção. São mercados em que
é mais fácil para uma empresa menor competir", diz Oscar Attisano, superintendente da Abad.
As marcas regionais de
destaque também estão geralmente ligadas às classes
de renda mais baixa.
O varejo independente,
também conhecido como varejo de vizinhança, é o principal cliente do atacado distribuidor, segundo a Abad. O
segmento atende quase 1 milhão de pontos de venda.
Metas de inflação têm alto custo para o país, diz estudo
A indicação do sistema de
metas de inflação como o "remédio" mais eficaz para
combater a alta da inflação já
não é mais consenso entre os
economistas.
Estudo realizado pelo pesquisador do Insper e economista Ricardo Brito revela
que os países que adotaram o
regime conseguiram reduzir
a inflação, porém com um
crescimento menor do PIB.
"Acreditava-se que esse
sacrifício seria menor, mas
não foi isso o que aconteceu", diz o economista.
Segundo o estudo, que
analisou 46 economias emergentes de 1980 a 2006, os países que adotaram o regime
conseguiram reduzir a inflação em quase dois pontos
percentuais ao ano em relação aos que não adotaram.
Em contrapartida, esses
países cresceram cerca de
um ponto percentual a menos por ano em relação aos
demais. "Nenhuma sociedade aceitaria esse acordo. É
um custo muito alto", afirma.
O regime de metas de inflação não é ruim, segundo Brito. "Houve excesso de otimismo. Os resultados apresentados no uso do regime não foram melhores que os sistemas usados anteriormente."
A desvantagem do sistema, segundo ele, é que os
bancos centrais ignoram outros aspectos que dizem respeito à política monetária.
"Olhar só para o IPC [Índice de Preços ao Consumidor]
pode ser uma visão míope do
processo inflacionário."
DE ROUPA NOVA
A Hugo Boss expande a
sua atuação no país e anuncia a entrada da linha feminina para setembro de 2011.
A empresa, que hoje possui seis lojas próprias, vai
inaugurar mais uma no mês
que vem em Belo Horizonte.
Na semana passada, abriu a
maior unidade no país, com
174 m2, no shopping Pátio
Higienópolis (SP).
Para 2011, o plano de expansão inclui três lojas: uma
em Porto Alegre e duas em
São Paulo. Os investimentos
serão de R$ 4 milhões.
A unidade paulista do JK
Iguatemi, que abre em setembro de 2011, será uma loja-conceito, com 400 m2. É
nela que a empresa vai estrear a sua linha feminina.
"O Brasil é um dos mercados emergentes mais importantes para o grupo. É onde
crescemos com lojas próprias", diz Rafael Castello,
diretor da marca no Brasil e
no Cone Sul. A empresa projeta expansão de cerca de
35% no faturamento para
este ano no Brasil.
O Nordeste está nos
planos. A primeira loja na
região deve ser em Recife,
em 2013. "A ideia é sair na
frente em outras capitais
para termos vantagens
sobre os concorrentes."
Desigualdade... Menos
de 14% dos cargos de diretoria
das 500 maiores empresas do
Brasil são ocupados por mulheres, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto
Ethos e pelo Ibope Inteligência, em parceria com a Fundação Getulio Vargas de São
Paulo e outras instituições. O
material será divulgado na
próxima quinta-feira.
...de gênero Nos demais
níveis hierárquicos, a participação feminina também está
abaixo da porcentagem de
mulheres na população brasileira, que é de 51%. A pesquisa
completa também analisa a
diversidade nas empresas
conforme raça, faixa etária,
tempo de serviço, nível de escolaridade, deficiência e presença de aprendizes.
Estético O número de associados ao ABC Spas (Associação Brasileira de Clínicas e
Spas) cresceu mais de quatro
vezes de janeiro a outubro deste ano e passou de 27 para 112
no período. Além de spas, a
entidade reúne fornecedores
e profissionais do setor. No
ano que vem, a associação espera representar também clínicas estéticas.
Visita O presidente mundial da Novelis, Phil Martens,
estará em São Paulo na próxima semana para o lançamento
das obras de ampliação da fábrica de Pindamonhangaba.
No início deste ano, a empresa
anunciou investimentos de
US$ 300 milhões para aumentar em 50% a capacidade da
planta para 600 mil toneladas
de folhas de alumínio anuais.
COBRANÇA NO FUTURO
Nos próximos anos, a indústria de cobrança vai sofrer grandes transformações,
segundo estudo encomendado pelo Igeoc, instituto que
reúne as empresas do setor.
Além do ambiente macroeconômico favorável à expansão do crédito, a demanda deve subir apoiada na expansão da bancarização.
O avanço das tecnologias,
como o uso do celular em
substituição aos cartões,
também contribui para o aumento da demanda, com
queda do custo de transação.
Nos próximos seis anos,
estima-se que 70% da população brasileira esteja na faixa bancarizável, acima de 20
anos, segundo o economista
Roberto Troster, que elaborou o estudo.
Mesmo com o aumento da
demanda, a oferta maior de
produtos e serviços deve se
refletir em queda gradual das
margens, conforme o estudo.
"As taxas médias devem
cair, tanto pela pressão da
concorrência como pela melhora gradual da oferta de
produtos, com preço-benefício mais atraente", de acordo
com o economista.
O estudo prevê alta proporcional maior nos Estados
mais pobres.
"O crescimento absoluto,
porém, vai continuar nos Estados mais ricos."
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES
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