São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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Edemar pede saída de promotor de Justiça

Ex-banqueiro também quer destituição do administrador da massa falida do Banco Santos

FREDERICO VASCONCELOS
DE SÃO PAULO

O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira requereu ao Ministério Público do Estado de São Paulo o afastamento do promotor de Justiça Eronides Rodrigues dos Santos, que atua no processo de falência do Banco Santos, e a destituição do administrador da massa falida, Vânio Aguiar.
Em representação criminal protocolada em setembro, Ferreira alega que o promotor permaneceu "inerte" diante de ações de Aguiar, que teria feito "acordos prejudiciais à massa falida".
Aguiar "seria um pródigo ou perdulário se não tivesse invadido a esfera do ilícito criminal", afirma peça do advogado Vicente Cascione.
O promotor afirma que o ex-banqueiro tenta obter no Ministério Público o que não conseguiu no processo que tramita na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais. Aguiar diz que os fatos foram submetidos à Justiça, em 2006, quando Ferreira desistiu de discutir sobre valores.
Santos já enviou suas justificativas ao subprocurador-geral de Justiça Sérgio Turra Sobrane. A decisão caberá ao procurador-geral de Justiça, Fernando Grella Vieira.
"Tive que esperar sete anos para tomar essa decisão, porque Aguiar foi leniente, postergando as decisões judiciais", diz Ferreira. Ele recorre em liberdade de condenação a 21 anos de prisão. "Em 2004, dizia-se que havia rombo de R$ 2,2 bilhões no Banco Santos, mas o banco é credor de mais de R$ 5 bilhões", afirma Ferreira.
Ele diz que a massa falida já recebeu R$ 1,2 bilhão, deu "descontos descabidos" de cerca de R$ 1 bilhão a alguns devedores e cobra em juízo R$ 3,5 bilhões. Esse valor, segundo Ferreira, "foi fraudulentamente subavaliado".
Ele alega que o administrador omitiu informações sobre dívidas de grandes empresas. Acusa Aguiar de conceder "descontos descabidos" a diversos devedores.
Diz que o administrador "dolosamente" promoveu "meras ações indenizatórias", em vez de executar títulos contra empresas de que a massa é credora.
Ferreira acusa Aguiar de ter aceitado como verdadeiros valores apresentados pelos devedores. Segundo ele, a massa recebeu menos do que deveria ou poderia.
Ferreira acusa Aguiar de ter retirado de sua casa, sem ordem judicial, computadores e documentos pessoais, desligado câmeras e contratado empresa de fachada para prestar segurança. Esses fatos foram alvo de investigação sigilosa do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).


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