São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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Lobão convoca Petrobras a produzir mais álcool

SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, convocou a Petrobras a atuar mais fortemente no segmento de etanol. A estatal produziu 942 milhões de litros de álcool em 2010, o equivalente a apenas 3,7% da produção total da região Centro-Sul, de 25 bilhões de litros.
"Determinei à Petrobras que ingresse com mais força na produção de etanol", disse ontem o ministro, em seu programa de rádio.
Com participação em dez usinas, a Petrobras tem capacidade de moagem de 24,5 milhões de toneladas de cana, ou 4% do total processado no Centro-Sul.
A estatal criou subsidiária dedicada exclusivamente aos biocombustíveis em 2008, mas ainda atua no setor só via participações minoritárias em outras empresas, como a Açúcar Guarani, controlada pela Tereos.
Desde 2004, a Petrobras desenvolve tecnologia para produção de etanol de segunda geração e, recentemente, criou com parceiros uma empresa de logística para transporte de álcool, o que evidencia a presença do etanol em seu plano estratégico.
O governo, porém, quer que a Petrobras avance rapidamente para funcionar como reguladora do mercado.
Além de pedir o empenho da estatal, Lobão disse que o governo estuda um pacote de medidas para evitar o desabastecimento e conter a alta do preço do etanol no país.
Entre as medidas, o ministro confirmou que o governo pretende direcionar os empréstimos de bancos oficiais para usinas que priorizem o etanol, como noticiou a Folha na edição de ontem.
"Ocorre que o preço internacional de açúcar está muito elevado, e as destilarias privilegiam neste momento a produção de açúcar em prejuízo do etanol, enquanto o objetivo fundamental do financiamento público é o etanol. Temos que garantir o abastecimento", disse.
O pacote de medidas ainda não está pronto, mas deverá ser feito por meio de medida provisória a ser enviada para o Congresso, disse.
Sobre a alta do preço da gasolina, o ministro afirmou que não haverá necessidade de reajuste e que o preço vai se estabilizar normalmente, a menos que haja um evento inesperado de alta excessiva. Segundo Lobão, a presidente Dilma é contrária à alta.
A Petrobras cogita elevar os preços da gasolina e do diesel e argumenta que o combustível não tem reajuste há nove anos, disse Lobão.
Ontem, o barril de petróleo negociado em Nova York subiu 2,26% para US$ 112,79, o maior valor desde setembro de 2008. Somente nesta semana, a alta foi de 5%.


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