São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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Medidas adotadas pelo governo travam Bovespa

Investidores estão ariscos com ações rápidas para segurar dólar e inflação

Indicação do novo presidente deu pouco impulso à ação da Vale, que subiu apenas 0,8% durante esta semana

EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

A sucessão rápida e inesperada de medidas do governo para conter o dólar e a inflação mexeu com os nervos do mercado brasileiro.
Analistas afirmam que a Bovespa, que fechou ontem com perda de 0,66%, está entregue ao giro de papéis no curtíssimo prazo, sem apostas de risco que injetem "sangue novo" e forneçam alguma direção ao mercado.
"Não espero dinheiro novo entrando na Bolsa de Valores no curto prazo, principalmente enquanto o mercado não tiver uma ideia mais clara dessas "medidas macroprudenciais" do governo", diz Renato Bandeira de Mello, gerente de renda variável da corretora Futura.
Ontem, o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre empréstimos atingiu em cheio as ações dos grandes bancos, que se desvalorizam entre 1,17% (Banco do Brasil) e 2,4% (Bradesco).
O papel mais negociado da Bovespa, a ação da Vale, subiu apenas 0,1% ontem e 0,8% na semana em que a confirmação do novo presidente (Murilo Ferreira) não desvaneceu as incertezas sobre futuras pressões políticas sobre a empresa.
O cenário externo também não contribuiu para animar o investidor, com os problemas no Oriente Médio, no Japão e na Europa.
E é com esse contexto mundial e doméstico que a semana que vem promete ainda mais volatilidade (valorização ou desvalorização), tendo em vista uma agenda econômica bem mais intensa tanto por aqui -há vários índices de preços previstos- e no exterior, com uma bateria de indicadores de peso na China e nos Estados Unidos.


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