São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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Investidores disputam "start-ups" americanas

Número de investidores especializados em bancar a abertura de empresas cresce 22%

Peter Da Silva - 11.fev.11/"The NewYork Times"
David Morin, fundador da empresa Path, de San Francisco

EVELYN M. RUSLI
DO "NEW YORK TIMES"

Em um pequeno escritório em San Francisco, diversos programadores estavam reunidos em torno de dois computadores. David Morin, fundador da Path, empresa iniciante de redes sociais, deu o sinal e o site e o aplicativo da companhia para o iPhone começaram a funcionar.
Três horas depois do lançamento, em 15 de novembro, o site já tenha dezenas de milhares de visitas.
De lá para cá, a Path rejeitou uma oferta de aquisição de US$ 100 milhões do Google, de acordo com uma pessoa próxima, e levantou US$ 11 milhões junto a 27 investidores.
Um dado ainda mais revelador é que a empresa rejeitou quantia ainda maior, oferecida por pelo menos o mesmo número de investidores. Para cada Facebook, Groupon ou Zynga -do jogo Farmville- existem dezenas de "start-ups" (empresas iniciantes) menos conhecidas, como a de Morin, que levantam milhões de dólares em capital e tornam milionários, da noite para o dia, programadores de computadores.
Parte do motivo é a oferta e a procura, já que uma onda de capital está em busca de oportunidades em meio a um número limitado de ofertas.
Mas existe uma mudança mais tectônica em curso no Vale do Silício. Os investidores estão pagando ágio considerável por participações em empresas dirigidas por empreendedores jovens e visionários, que foram criados na era da internet e agora parecem estar na posição ideal para direcionar o futuro da web móvel e social.
Com idades entre 20 e poucos e 35 anos, os fundadores das "start-ups" estão exercendo papel mais ativo nas rodadas de capitalização, obtendo termos melhores e, em muitos casos, convertendo parte de seus investimentos em dinheiro bem antes da oferta pública inicial de ações de suas empresas.
Os investimentos do setor de capital para empreendimentos subiram 19%, para US$ 21,8 bilhões, em 2010, a primeira alta anual desde a crise, de acordo com a Associação Nacional de Capital para Empreendimentos dos Estados Unidos.
O número de investidores especializados em bancar a abertura de companhias, enquanto isso, subiu 22%, para 727, no ano passado, de acordo com o grupo de pesquisa CB Insights.
Travis Kalanick, fundador da Uber, diz que o boom dos investidores iniciais e a popularidade de redes sociais como a Angel List, que possibilita o contato entre empreendedores e investidores, tornaram o capital significativamente mais acessível.
"Em 2001, você aceitava o dinheiro que conseguisse. Eu conversava com 150 executivos de capital para empreendimentos e talvez um deles expressasse interesse", disse Kalanick. Hoje, a Uber conta com mais de uma dúzia de investidores e uma longa lista de interessados.
Ao mesmo tempo, o custo de fundação de uma empresa de web caiu fortemente, graças à disponibilidade de serviços de computação em nuvem, de baixo custo.
Assim, com apenas um pouco de capital, uma "start-up" pode chegar ao mercado, atrair rapidamente uma base de usuários e validar sua tese em prazo curto.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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