São Paulo, segunda-feira, 09 de maio de 2011

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Pequenas voltam a se destacar na Bolsa

Fundos que investem em ações de companhias de menor porte rendem mais em 12 meses; risco, porém, é maior

Enquanto Bovespa registra ganhos de 2,07%, fundos têm valorização média de 14,17% em um ano

GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO

Embaladas pelo crescimento do mercado interno no país, as empresas de pequeno porte estão ganhando destaque no mercado de ações brasileiro.
Fundos que investem nas chamadas "small caps" (empresas de menor valor de mercado) estão entre os mais rentáveis em 12 meses e têm ganhos, em média, sete vezes maiores que o principal índice da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
De acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o rendimento médio dos fundos "small caps" foi de 14,17% entre maio de 2010 e abril deste ano. No mesmo período, o Ibovespa valorizou-se em apenas 2,07%.
O termo "small caps" é usado no mercado acionário para definir as companhias de menor porte (com valor de mercado entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões, em geral), que contam com volume de negócios menos expressivo.
Por esse motivo, costumam ter mais volatilidade, principalmente na comparação com ações de "primeira linha", como os papéis da Vale ou da Petrobras (empresas com valor de mercado acima de R$ 240 bilhões), que raramente têm variação diária acima de 3% (para cima ou para baixo).
"A grande maioria das "small caps" é muito ligada ao mercado interno no Brasil. Como a economia foi muito bem, essas empresas se beneficiaram e, por consequência, seus ativos tiveram desempenho muito positivo", afirma André Vainer, sócio da XP Gestão de Recursos.
Além disso, as ações dessas empresas são menos suscetíveis à oscilação de humor dos investidores no dia a dia.
"Esses papéis estão com bom desempenho porque não são influenciados pelo índice Ibovespa, que absorve todas as expectativas nacionais e internacionais", explica Oscar Malvessi, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas).
Para ele, as "small caps" têm condições, em função do cenário macroeconômico e com boa gestão e governança, de ter desempenho muito superior ao das empresas de maior valor de mercado.

OPORTUNIDADES
A oportunidade de ganhos mais elevados foi a razão para o engenheiro civil Roberto Nygaard, 45, procurar um fundo de "small caps" para aplicar seus recursos.
"De modo geral, essas ações têm mais risco, mas por isso também têm mais oportunidades de ganhos."
Hoje, 75% de seus investimentos estão aplicados nele. "Casei com as "small caps". Pretendo deixar minha aplicação render no longo prazo e até aumentar o montante investido", diz.
Nygaard diz que, até agora, está satisfeito com o desempenho, pois tem tido resultados superiores aos do Ibovespa.
Analistas apontam que a inflação em alta e os sinais de melhora do cenário macroeconômico nos países desenvolvidos são os principais fatores para o mau desempenho da Bolsa ultimamente.
A alta nos preços deve trazer novas elevações de juros, tornando os investimentos em renda fixa mais atraentes para o investidor.
Aliado à melhora no exterior, o fato tem causado uma saída significativa de investidores da Bolsa brasileira.


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