São Paulo, segunda-feira, 09 de maio de 2011

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Vender ações de "small caps" é mais difícil

Baixo volume de negociação dos papéis das companhias de menor porte pode ser um empecilho na hora de sair

Além disso, é preciso ficar bastante atento ao rendimento de longo prazo para escolher o fundo, dizem analistas

DE SÃO PAULO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O potencial para variações maiores das "small caps" é acompanhado de maiores riscos, apontam analistas. Como o volume de negociação dessas ações é muito menor, fica mais difícil tirar seus recursos dos ativos.
"Quando você investe em uma "small" tem de ter certeza de que o gestor está respeitando os limites de liquidez do fundo", diz André Vainer, da XP. "Sair desses papéis é muito mais difícil, e o gestor pode ficar amarrado na carteira, ter resgate e não conseguir pagar."
Para eles, é preciso ainda ter em mente que, caso haja um choque grande na economia, como de inflação ou de juros, as ações de empresas de menor porte têm potencial para sofrer mais.
Na crise de 2008, as "small caps" tiveram forte desvalorização, bem acima do índice Bovespa. Na hora da recuperação, no entanto, esses papéis também apresentam melhor desempenho.
É preciso levar em conta, portanto, que a baixa liquidez dessas empresas pode elevar o potencial de alta, mas também o de baixa.

LONGO PRAZO
Quando se trata de fundo de ações, os analistas alertam que o investidor deve sempre olhar o rendimento a longo prazo.
Para a gerente do private da Gradual, Viviane Moreno, é preciso deixar o dinheiro no fundo por pelo menos um ano, e só depois resgatá-lo.
"É preciso ter um pouco de coragem e poder colocar uma parte do dinheiro de lado sem precisar no curto prazo", diz Roseli Machado, diretora de gestão da Fator Administração de Recursos.
Para o professor do Insper Alexandre Chaia, os fundos são uma opção para quem quer entrar no mercado e não tem conhecimento suficiente. "É melhor passar a gestão para alguém especializado."
Os fundos funcionam como condomínios de investidores. Cada um compra cotas e paga uma taxa de administração -que varia- a um gestor, que vai gerenciar o patrimônio. Em alguns casos, há também uma taxa de performance.
O investidor não tem ingerência sobre as decisões de onde alocar os recursos. Em fundos de ações, pelo menos 67% do patrimônio deve ser investido em Bolsa.

PARA INVESTIR
Há vários tipos de fundos. Na hora de entrar, o investidor deve entender a estratégia de cada um e decidir quais casam com seu perfil. diz Eduardo Favrin, diretor de renda variável da HSBC Global Asset Management.
Além disso, segundo ele, não se deve deduzir que a performance passada de um fundo vai se repetir.
É preciso olhar as empresas, como os fundos e o gestor têm se comportado e a taxa de administração, segundo Chaia. "Essas taxas têm influência sobre o desempenhos dos fundos", diz Oscar Malvessi, professor da FGV.
Nos fundos de ações, o Imposto de Renda é pago no resgate, e a alíquota é de 15% sobre o rendimento bruto.
(GIULIANA VALLONE e MARIA PAULA AUTRAN)


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