São Paulo, sábado, 09 de julho de 2011

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Webjet era cobiçada por estrangeiras

Especulava-se que irlandesa Ryanair poderia adquirir participação na companhia; ações da Gol avançam 3,5%

Com aquisição, Gol fica com três marcas; empresa deve acabar eliminando a Webjet, diz professor da UFRJ

Rodrigo Capote/Folhapress
Aviões da Webjet e da Gol em Guarulhos (SP); com aquisição, companhia se aproxima da líder do mercado, a TAM

CAROLINA MATOS
TONI SCIARRETTA

DE SÃO PAULO

A fatia de 5% do mercado da aviação civil que pertencia à Webjet era cobiçada tanto por empresas brasileiras quantopor estrangeiras.
Crescia a aposta de que a irlandesa Ryanair, que desde 2010 prestava consultoria à Webjet, acabaria comprando ações da brasileira.
A aquisição anunciada ontem dá à Gol 40% do mercado (tinha 35%) e faz a companhia chegar mais perto da líder TAM, que tem 44%.
A Webjet opera voos de curta distância, percorrendo itinerários diversificados geograficamente. A companhia se autodenomina uma empresa que abrange "mercados subatendidos".
Na avaliação de Carlos Alberto Esteves, sócio-diretor da Go4! Consultoria de Negócios, a compra faria mesmo mais sentido para a Gol que para a TAM.
"O perfil da Webjet está mais próximo ao da Gol em termos estratégicos, como no serviço de bordo [de baixo custo]", diz.
Esteves ressalta também que as características das linhas oferecidas pela Webjet são interessantes para a Gol.
"A empresa pode aproveitar o modelo da Webjet sem grandes alterações."
Com mais essa compra, a Gol, que adquirira a Varig em 2007, fica com três marcas.
Na avaliação de Respício Espírito Santo Jr., professor de transporte aéreo da UFRJ (Universidade Federal do RJ), essa situação não faz sentido e a Gol deve acabar vendendo os aviões da Webjet e eliminando essa marca.
"São aviões velhos, ineficientes e de manutenção cara", diz o professor.
A informação sobre a aquisição da Webjet circulou na internet durante o dia, o que levou a Gol a confirmar que negociava a compra com a Bolsa ainda em funcionamento. Depois do fechamento do mercado, a empresa informou que o negócio havia sido efetivado.
Consultada, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) disse orientar que esse tipo de divulgação ocorra, "sempre que possível, antes do início ou após o encerramento dos negócios" no mercado.
Mas aceita que anúncios desse tipo sejam feitos durante o pregão "caso seja imperativo". Ontem, as ações preferenciais (sem voto) da Gol subiram 3,5%. No ano, os papéis têm queda de 20,5%.


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