AGNALDO BRITO
ENVIADO ESPECIAL A CAMAÇARI (BA)

No rastro do crescimento meteórico da geração de energia eólica no Brasil, a espanhola Gamesa, um dos maiores grupos industriais do país ibérico, inaugurou ontem em Camaçari (BA) a trigésima planta para produção de aerogeradores no mundo.
Com investimento de R$ 50 milhões e apoio financeiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a Gamesa criou uma fábrica para montar entre 150 e 200 aerogeradores por ano no país. O plano de duplicação já está pronto.
"O mercado brasileiro é um dos mais dinâmicos do mundo. Penso que representará entre 10% e 15% das receitas do segmento eólico da Gamesa no mundo em dois anos", diz Jorge Calveti, presidente de um grupo que faturou 3 bilhões de euros em 2010.
Criada em 1995, a divisão de equipamentos para energia eólica da Gamesa detém 7% do mercado mundial e é o sexto maior do mundo.
A chegada da Gamesa no país tende a criar um polo industrial para equipamentos eólicos na Bahia, assim como já está surgindo um concorrente no Complexo Industrial-Portuário de Suape (PE).
A corrida por esse mercado foi viabilizada pela série de leilões realizados pelo governo nos últimos três anos. O país já dispõe de um parque instalado de 1 GW e há perspectiva de outros 3 GW nos próximos anos. É o negócio em energia elétrica que mais cresce no país.
Entre 17 e 18 de agosto, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) irá fazer dois leilões (para fornecimento em três anos e o chamado leilão de energia de reserva). O credenciamento inicial no governo apontou empreendimentos que somam capacidade instalada de 10 mil MW, quase uma Belo Monte.
A Bahia quer ser base dessa indústria. O secretário da indústria do Estado, James Correia, estima que 2 mil MW serão ofertados no próximo leilão. Levantamento estima que os ventos baianos possuam uma capacidade total instalada de 50 mil MW, metade do potencial de geração disponível hoje no país.

O repórter AGNALDO BRITO viajou a convite da Gamesa.


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