São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2010

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América Latina dá exemplo, diz diretor do FMI

DE WASHINGTON
DA ENVIADA A WASHINGTON

O diretor do FMI para o hemisfério Ocidental, Nicolás Eyzaguirre, afirmou ontem que as pressões para valorização cambial de países emergentes não se aplicam à América Latina, posição já defendida pelo Brasil.
O Fundo e outros organismos como o Banco Mundial vinham se manifestando em favor de uma apreciação geral de moedas de emergentes -principalmente a China- em relação ao dólar, para corrigir desequilíbrios de câmbio pelo mundo.
"A região já fez suas moedas se apreciarem substancialmente. Não só reverteram a queda de valor ocorrida após a crise econômica como já foram além", disse. "A América Latina está dando exemplo para o resto do mundo em termos de coordenação de políticas."
Segundo Eyzaguirre, o risco agora está ligado aos excessos que levariam a superaquecimento, inflação e valorização excessiva das moedas. Ele recomendou medidas de prudência macroeconômica.
"Pode ser necessário usar políticas além das monetárias e cambiais, partindo para algo similar a um controle de capitais", disse.
O diretor do fundo usou como exemplo o aumento do IOF (imposto sobre operações financeiras) sobre investimentos estrangeiros em renda fixa que o Brasil impôs nesta semana.
Ele disse, porém, que os fortes fluxos de capital externo são preocupação para o futuro, não para o presente.
O diretor afirmou que a forte demanda doméstica brasileira é o fator que puxa a economia de vários países da região, pois estimula exportações.
Ainda ontem, Lael Brainard, subsecretária para Assuntos Internacionais no Departamento do Tesouro americano, atribuiu o desempenho ágil do Brasil durante a crise econômica às políticas e às reformas implementadas na década passada.
Ela minimizou desavenças entre EUA e Brasil.
"Ambos reconhecemos a importância de criar novas fontes de demanda na economia global, e ambos estimulamos a expansão econômica sustentada que tem acontecido na América Latina, crucial para alimentar o crescimento global", afirmou. "Não é um acidente que o Brasil esteja recebendo atenção de investidores pelo mundo todo."


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