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América Latina dá exemplo, diz diretor do FMI
DE WASHINGTON
DA ENVIADA A WASHINGTON
O diretor do FMI para o hemisfério Ocidental, Nicolás
Eyzaguirre, afirmou ontem
que as pressões para valorização cambial de países
emergentes não se aplicam à
América Latina, posição já
defendida pelo Brasil.
O Fundo e outros organismos como o Banco Mundial
vinham se manifestando em
favor de uma apreciação geral de moedas de emergentes
-principalmente a China-
em relação ao dólar, para
corrigir desequilíbrios de
câmbio pelo mundo.
"A região já fez suas moedas se apreciarem substancialmente. Não só reverteram
a queda de valor ocorrida
após a crise econômica como
já foram além", disse. "A
América Latina está dando
exemplo para o resto do
mundo em termos de coordenação de políticas."
Segundo Eyzaguirre, o risco agora está ligado aos excessos que levariam a superaquecimento, inflação e valorização excessiva das moedas. Ele recomendou medidas de prudência macroeconômica.
"Pode ser necessário usar
políticas além das monetárias e cambiais, partindo para algo similar a um controle
de capitais", disse.
O diretor do fundo usou
como exemplo o aumento do
IOF (imposto sobre operações financeiras) sobre investimentos estrangeiros em
renda fixa que o Brasil impôs
nesta semana.
Ele disse, porém, que os
fortes fluxos de capital externo são preocupação para o
futuro, não para o presente.
O diretor afirmou que a
forte demanda doméstica
brasileira é o fator que puxa a
economia de vários países da
região, pois estimula exportações.
Ainda ontem, Lael Brainard, subsecretária para Assuntos Internacionais no Departamento do Tesouro americano, atribuiu o desempenho ágil do Brasil durante a
crise econômica às políticas e
às reformas implementadas
na década passada.
Ela minimizou desavenças
entre EUA e Brasil.
"Ambos reconhecemos a
importância de criar novas
fontes de demanda na economia global, e ambos estimulamos a expansão econômica sustentada que tem acontecido na América Latina,
crucial para alimentar o crescimento global", afirmou.
"Não é um acidente que o
Brasil esteja recebendo atenção de investidores pelo
mundo todo."
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