São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2010

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Virada política nos EUA anima empresas

Maioria republicana na Câmara sinaliza que haverá menos regulamentação e menores taxas

STEPHANIE KIRCHGAESSNER
DO "FINANCIAL TIMES", EM WASHINGTON

Barack Obama reconheceu, na primeira entrevista coletiva depois da derrota na eleição da semana passada, que, diante de turbulências, não enviou a mensagem correta às empresas. A saber, a de que seu sucesso importa.
"Acredito que as empresas entenderam a mensagem como se estivessem sendo sempre retratadas como vilões."
Obama completou: "Preciso garantir que a comunidade empresarial saiba... que a coisa mais importante que temos a fazer é estimular e encorajar o setor empresarial e garantir que as companhias contratem".
Além do sinal de Obama no sentido de que o governo queria recomeçar do zero seu relacionamento com as empresas, havia outros motivos para que as grandes companhias norte-americanas encarassem com alegria a chegada de um republicano à presidência da Câmara.
Quando o novo Congresso assumir, boa parte de sua atenção continuará voltada a Wall Street, à regulamentação financeira e ao tratamento de outras questões persistentes relacionadas à crise, tais como o destino da Freddie Mac e Fannie Mae.
Mas, para muitas outras companhias, esse desdobramento pode resultar em menos regulamentação, menores impostos e menos fiscalização pelo governo. A virada política alterará de maneira radical a agenda legislativa.
Eis alguns setores que provavelmente serão afetados.
Para o segmento de Comunicações, a vitória republicana é boa para a AT&T e outras empresas do ramo e de TV a cabo, mas pode representar problema para o Google.
Dezenas de deputados democratas que apoiavam mudanças favoráveis ao gigante de buscas perderam postos.
Os republicanos do comitê de energia e comércio da Câmara agora fiscalizarão a Comissão Federal de Comunicações (FCC) e pressionarão a agência de regulamentação da mídia a abandonar seus planos de impor novas regras às empresas de banda larga.
Em lugar disso, alguns republicanos sinalizaram sua disposição de enfrentar a questão da privacidade, muito controversa, o que pode representar desafio para o Google e outros grupos.
Na questão energética, a maioria republicana tentará, com forte apoio dos democratas em Estados ricos em carvão e dos grupos de lobby do setor, conter os esforços da Agência de Proteção Ambiental (EPA) para regular emissões de carbono.
Para o setor agrícola, a virada no controle do Congresso pode diminuir a chance de aprovação de uma nova lei dos alimentos seguros, criada para reforçar os poderes da agência federal norte-americana que regulamenta alimentos e remédios).


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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