|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Virada política nos EUA anima empresas
Maioria republicana na Câmara sinaliza que haverá menos regulamentação e menores taxas
STEPHANIE KIRCHGAESSNER
DO "FINANCIAL TIMES", EM WASHINGTON
Barack Obama reconheceu, na primeira entrevista
coletiva depois da derrota na
eleição da semana passada,
que, diante de turbulências,
não enviou a mensagem correta às empresas. A saber, a
de que seu sucesso importa.
"Acredito que as empresas
entenderam a mensagem como se estivessem sendo sempre retratadas como vilões."
Obama completou: "Preciso garantir que a comunidade empresarial saiba... que a
coisa mais importante que temos a fazer é estimular e encorajar o setor empresarial e
garantir que as companhias contratem".
Além do sinal de Obama
no sentido de que o governo
queria recomeçar do zero seu
relacionamento com as empresas, havia outros motivos
para que as grandes companhias norte-americanas encarassem com alegria a chegada de um republicano à
presidência da Câmara.
Quando o novo Congresso assumir, boa parte de sua atenção continuará voltada a Wall Street, à regulamentação financeira e ao tratamento de outras questões persistentes relacionadas à crise,
tais como o destino da Freddie Mac e Fannie Mae.
Mas, para muitas outras
companhias, esse desdobramento pode resultar em menos regulamentação, menores impostos e menos fiscalização pelo governo. A virada política alterará de maneira radical a agenda legislativa.
Eis alguns setores que provavelmente serão afetados.
Para o segmento de Comunicações, a vitória republicana é boa para a AT&T e outras
empresas do ramo e de TV a
cabo, mas pode representar problema para o Google.
Dezenas de deputados democratas que apoiavam mudanças favoráveis ao gigante
de buscas perderam postos.
Os republicanos do comitê de energia e comércio da Câmara agora fiscalizarão a Comissão Federal de Comunicações (FCC) e pressionarão a agência de regulamentação
da mídia a abandonar seus planos de impor novas regras às empresas de banda larga.
Em lugar disso, alguns republicanos sinalizaram sua disposição de enfrentar a questão da privacidade, muito controversa, o que pode representar desafio para o Google e outros grupos.
Na questão energética, a maioria republicana tentará, com forte apoio dos democratas em Estados ricos em
carvão e dos grupos de lobby do setor, conter os esforços da Agência de Proteção Ambiental (EPA) para regular emissões de carbono.
Para o setor agrícola, a virada no controle do Congresso pode diminuir a chance de
aprovação de uma nova lei
dos alimentos seguros, criada para reforçar os poderes
da agência federal norte-americana que regulamenta
alimentos e remédios).
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Texto Anterior: Corte na Irlanda assusta mercado e eleitor Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros
|