São Paulo, quarta-feira, 09 de novembro de 2011

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Argentina pode ter alta de 30% nas reservas

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

A Argentina pode ver o volume de suas reservas de petróleo crescer 30% caso se confirme o potencial da descoberta no país anunciada pela YPF, subsidiária da espanhola Repsol.
A empresa anunciou a existência de 927 milhões de barris de óleo equivalente na província de Neuquén, na Patagônia, dos quais 741 milhões de barris são de petróleo e o restante, de gás.
No início de 2011, as reservas provadas (aproveitáveis) argentinas somavam 2,5 bilhões barris de óleo, segundo a Agência Internacional de Energia.
Apesar do volume passar longe dos reservatórios do pré-sal -apenas o campo de Lula teria 6,5 bilhões de barris-, a nova descoberta argentina representa 30% do volume atual das reservas do país, considerando só o petróleo. Dificilmente, porém, esse óleo será aproveitado comercialmente. Segundo Alexandre Szklo, professor da Coppe-UFRJ, o óleo de xisto tem um grau API (medição de densidade) muito baixo e, hoje, não é aceito por nenhuma refinaria no mundo por falta de capacidade para processá-lo.
O grau API é maior quando o petróleo é mais leve, logo, melhor para a produção de derivados.
Já para o gás de xisto, também encontrado pela YPF na Patagônia, há técnicas que permitem a exploração a custos competitivos, em comparação com os métodos tradicionais. Amplamente usada nos EUA, a técnica permite extrair gás de rochas abaixo da superfície. Como a Argentina tem parte da frota de veículos e um parque termelétrico bastante dependente do gás natural, a nova reserva é relevante. "Principalmente depois que o país se tornou importador do gás da Bolívia", diz Szklo.
Nos últimos anos, a Argentina viu caírem suas reservas de óleo e gás. O aumento da regulação limitou a atratividade da indústria, o que também gerava dúvidas sobre a viabilidade da exploração de gás de xisto no país, apesar do potencial.


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