São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

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Entrada de dólar é a 2ª maior da história

Sob influência da busca de empréstimos por empresas no exterior, US$ 15,5 bi ingressam no Brasil em janeiro

Captação de US$ 6 bi da Petrobras se destaca; para reduzir impacto no câmbio, Banco Central compra US$ 8 bi no mês

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

A busca de novos empréstimos no exterior por empresas brasileiras levou o Brasil a registrar em janeiro a maior entrada de dólares desde junho de 2007, segundo o Banco Central.
Entraram no país US$ 15,5 bilhões, segundo maior valor da série iniciada em 1982, atrás apenas dos US$ 16,5 bilhões registrados há três anos e meio.
A operação que mais se destacou no mês passado foi a captação de US$ 6 bilhões pela Petrobras, que busca recursos para financiar seu plano de investimentos.
Para reduzir o impacto desse movimento sobre a cotação do dólar, o BC comprou US$ 8 bilhões, o que elevou as reservas do Brasil para quase US$ 300 bilhões.
É a maior intervenção desde setembro do ano passado, quando a instituição comprou mais de US$ 10 bilhões para tirar do mercado os dólares que entraram por conta da oferta de ações de Petrobras. Naquele mês, entraram quase US$ 14 bilhões.
Nos quatro primeiros dias de fevereiro, o BC comprou mais US$ 2,8 bilhões.
A outra parte dos recursos ficou com as instituições financeiras, que reduziram suas dívidas em dólar, seguindo uma determinação do BC contra a especulação no mercado de câmbio.
No início do ano, a instituição anunciou medidas para forçar os bancos a reduzir essa dívida de US$ 17 bilhões para US$ 10 bilhões até o fim de abril. Em janeiro, o valor caiu para US$ 11 bilhões.
Mário Paiva, analista da corretora BGC Liquidez, diz que a tendência é que países como o Brasil, com uma economia acelerada e juros altos, continuem recebendo um grande volume de dólares nos próximos meses.
O governo estuda agora novas medidas, como aumento de impostos, para tentar segurar a queda do dólar, que prejudica as exportações brasileiras.

BOLSA CAI
Sob impacto do mercado externo, a Bovespa sofreu ontem sua maior queda em dois meses, ao perder 2,36%.
O dólar recuou 0,36%, para R$ 1,661.


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