São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Estoque de milho é o menor da história nos EUA

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) voltou a reduzir sua projeção para os estoques de milho e deu mais elementos para a forte alta do grão.
As estimativas de menor produção na Argentina e de maior consumo nos EUA, puxado pelo uso da commodity para a produção de álcool, resultaram na retração de 4,5 milhões de toneladas na previsão para os estoques ao final da safra 2010/11.
Agora, o Usda estima os estoques globais de milho em 122,5 milhões de toneladas, ante 127 milhões no mês passado. Para os EUA, a revisão foi de 18,9 milhões de toneladas, em janeiro, para 17,1 milhões -volume suficiente para abastecer o consumo dos norte-americanos por apenas 18 dias, segundo cálculo da consultoria AgRural.
Trata-se da menor relação estoque/consumo da história nos EUA, empatando com a da safra 95/96. Em termos absolutos, os 17 milhões de toneladas só são maiores do que os 10 milhões de 95/96.
Apesar de esperada, a queda na projeção para a produção argentina -de 23,5 milhões para 22 milhões de toneladas- também reacendeu os ânimos no mercado.
O preço em Chicago voltou à casa dos US$ 7 por bushel -valor não registrado desde julho de 2008, quando foram alcançadas máximas históricas nos grãos. Com recuo no final do dia, o primeiro contrato fechou a US$ 6,98 por bushel -alta de 3,6%.
Para a soja, o relatório do Usda trouxe poucas novidades. A estimativa para a safra mundial subiu de 255,5 milhões de toneladas para 256,1 milhões de toneladas.
O corte de 1 milhão de toneladas na Argentina -a soja foi mais afetada pela seca do que o milho- foi compensado pela revisão para a produção brasileira, de 67,5 milhões para 68,5 milhões de toneladas de soja, e pela safra recorde de 7,5 milhões no Paraguai.

Para baixo O preço do suíno mantém a queda registrada desde o início do ano. Ontem, a arroba foi negociada a R$ 43,80, em média, nos frigoríficos paulistas -baixa de 25% em 30 dias.

Na contramão No mercado externo, a carne suína vai na contramão. O preço médio das exportações brasileiras, em janeiro, subiu 3% em relação a dezembro de 2010, para US$ 2.673 por tonelada, segundo a Abipecs.

Nova tentativa A Conab faz hoje mais leilões para negociar 120 mil toneladas de milho. O governo tem oferecido milho de seus estoques na tentativa de conter os preços do grão -o que ainda não aconteceu.

Algodão A área destinada à cultura na safra 2010/11 será uma das maiores em dez anos, com 1,3 milhão de hectares, informou a Conab. Haverá alta de 56% em relação à temporada anterior.

Produtor de arroz teme nova queda

O Brasil pode ter excesso de arroz neste ano, o que contribuiria para novas quedas de preço.
Só em 2011, a saca de 50 quilos do tipo agulhinha em casca caiu 10% no Rio Grande do Sul, segundo pesquisa da Folha.
A Conab elevou sua estimativa para a safra de arroz de 12,6 milhões de toneladas em janeiro para 12,8 milhões neste mês.
Se confirmado, esse volume representará aumento de 10% em relação à safra anterior, de 11,6 milhões de toneladas.
Apesar de os produtores apresentarem otimismo em relação ao consumo, o setor teme sobras da produção, segundo a consultoria Brandalizze.

TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES


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