São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2010

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Alta ajudará a evitar riscos, diz economista

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Depois da segunda alta deste ano no juro básico do país- de mais 0,75 ponto percentual-, ganham força no mercado as apostas de que o Banco Central fará novos aumentos até dezembro.
A perspectiva de economistas é a de que a taxa Selic volte, até o fim do ano, aos níveis de 2008, antes do agravamento da crise global.
A exemplo do que aconteceu em abril, o BC decidiu subir a taxa por unanimidade, para 10,25% ao ano. Assim, o juro volta a ter dois dígitos depois de 12 meses.
Sílvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin, prevê que a Selic vai fechar este ano em 11,75% anuais.
Em janeiro, a taxa estava em 8,75%, o menor nível histórico -patamar mantido desde julho de 2009.
"Mas, diante da mudança de cenário desde então, com economia aquecida e pressão inflacionária, o aumento de juros é o caminho para evitar riscos", afirma. O Banco Schahin projeta expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de 6,8% neste ano.
Quanto ao IPCA, o índice oficial de inflação, a instituição financeira estima alta de 5,5%, acima do centro da meta do governo, de 4,5%.
André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, também calcula aumento do PIB de pelo menos 6,5% em 2010 e de 5,4% para o IPCA.
Quanto à Selic, a previsão é que chegue a dezembro em 11,50% ao ano.
"Assim, a taxa voltaria à mesma faixa de antes da crise global. Seria o fim do incentivo dado pelo BC em relação ao juro básico para estimular a economia doméstica", diz Perfeito.
Entre janeiro e julho do ano passado, a taxa básica de juros recuou de 13,75% para 8,75% ao ano.
Também foram tomadas outras medidas de estímulo econômico, como reduções de impostos. Quase todas já foram retiradas.


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