São Paulo, domingo, 10 de julho de 2011

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Setor de luxo se sofistica e agora investe em serviço personalizado

Com crescimento das classes AB, empresas ofertam mimos como jantar na muralha da China

Para especialista no setor de luxo, "era dos produtos", como carro importado e bolsa de grife, ficou para trás


GIULIANA VALLONE
MARIANA SALLOWICZ

DE SÃO PAULO

O crescimento das classes sociais de maior poder aquisitivo nos últimos anos, acompanhando o aumento da renda, começa a mudar o foco do setor de luxo no país.
Embora a representação mais conhecida do segmento ainda sejam produtos, como bolsas de grife e carros importados, empresas e analistas dizem que o foco está, agora, nos serviços.
"A era dos produtos ficou para trás. A gente percebe essa mudança de foco principalmente nos últimos três anos", diz Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria, especializada no setor.
"O segmento de luxo é um excelente negócio, pois as classes AB foram as que tiveram as maiores taxas de crescimento nos últimos anos, e isso vai continuar", diz Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da FGV.
Segundo pesquisa da FGV, a classe A cresceu 41% entre 2003 e 2009, enquanto a B aumentou 38%. "Tudo que estiver pautado em elevar esse serviço ao nível de 'quase feito só para mim' ganhará mais espaço. É o extremo da customização", diz Ferreirinha.

SONHOS
Foi aproveitando uma oportunidade de entrar no segmento que os amigos Pedro Opice e Guilherme Gomes, ambos de 24 anos, criaram a Jazz Side, especializada em realizar os "sonhos" de clientes endinheirados. Com pouco mais de um ano, a empresa tornou realidade os pedidos de cerca de 40 clientes. Entre eles, uma partida de tênis com Pete Sampras e um ensaio com o fotógrafo J.R. Duran.
"As pessoas estão se diferenciando pelo que vivem, e não pelo que têm", diz Opice.

'CONCIERGE'
A inglesa Quintessentially também oferece esses serviços no país desde o ano passado. A empresa é especializada em "concierge" e tem entre os clientes empresários e famosos, como o apresentador de TV Álvaro Garnero.
"As multinacionais de luxo estão cada vez mais interessadas em atuar no Brasil", afirma Alfonso de Campos, presidente-executivo.
Shoppings centers voltados para a classe A, como Cidade Jardim e Iguatemi, em São Paulo, também ingressaram na onda e já disponibilizam o serviço de "concierge".
Poor US$ 2.200 a US$ 75 mil ao ano, a Quintessentially oferece "qualquer coisa que o associado possa desejar ou precisar".
Isso inclui desde serviços simples, como organizar uma viagem, a contratar um rock star para uma festa -o cliente, claro, também é cobrado pelo que requisitar.
"É como se fosse um clube em que você tem a facilidade de ser encaixado em eventos exclusivos e é muito bem recebido", diz Garnero.
Nessa linha, a agência Teresa Perez Tours oferece o turismo de luxo. "Elaboramos viagens personalizadas e criamos experiências para um consumidor mais exigente", afirma o presidente, Tomas Perez. A empresa já promoveu, entre outros, um jantar na muralha da China.


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