São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2010

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"Eleição é complicador para capitalização"

Haroldo Lima, diretor da ANP, diz que capitalização da Petrobras, prevista para setembro, não deve ser adiada

Ele diz que momento é propício para atrair capitais à Petrobras; "menina dos olhos do mundo é pré-sal"


Silvia Costanti - 29.nov.07/"Valor"/Folhapress
O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima

DE BRASÍLIA

Filiado ao PC do B, Haroldo Lima admite que a eleição é um "complicador" para a capitalização da Petrobras, programada para setembro, mas acredita que ela não será adiada novamente.

Folha - Dá para fazer a capitalização da Petrobras em setembro?
Haroldo Lima
- Aí não é mais propriamente conosco. Está sendo feito o contrato de cessão onerosa, entre a União e a Petrobras direto. Mas é possível, se o contrato já estiver sendo concluído.

O momento é propício para a capitalização da Petrobras?
O mercado internacional não tem grandes alternativas no setor de petróleo ao que estamos apresentando no Brasil. A menina dos olhos do mercado internacional é o pré-sal. Não tem nada em vista. Pelo contrário, o que está em pauta hoje no mundo são mais problemas, como o acidente no golfo do México, o declínio da produção no mar do Norte, os conflitos no Oriente Médio. Então, somos nós a alternativa.

O novo modelo só se justifica com o governo aumentando sua participação na Petrobras?
Hoje, o governo tem 32%, é muito pouco. Quem sabe chegamos a 40% e tanto. Hoje, a maior parte é privada e estrangeira.

Será uma oferta pública, com prioridade dos acionistas atuais.
A forma ainda está sendo discutida. Mesmo com a prioridade, todo mundo só pode comprar a mesma proporção que tem. E só poderá aumentar se os minoritários não comparecerem.

A eleição pode prejudicar a capitalização da Petrobras?
É um complicador, mas não impeditivo. É complicador porque as atenções são divididas.

Um preço maior para o barril é favorável para a União, mas os minoritários vão reclamar.
É mais vantagem para a União um barril mais alto. Os minoritários não podem pretender ganhar à custa da União, nem eles nem a Petrobras. Nem ela nem os minoritários podem pretender um preço de barril baixo à custa da União.

O sr. defende acelerar a exploração do pré-sal?
Sim, de forma responsável, aprimorando a segurança operacional. Estamos no limiar de uma mudança de tecnologia.
Estamos há um século e meio na idade do petróleo e é bom termos em conta que coisas boas começaram a surgir, como carro híbrido, elétrico, biocombustíveis, tudo isso rema contra o avanço da produção do petróleo.


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