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"Eleição é complicador para capitalização"
Haroldo Lima, diretor da ANP, diz que capitalização da Petrobras, prevista para setembro, não deve ser adiada
Ele diz que momento
é propício para atrair capitais à Petrobras; "menina dos olhos
do mundo é pré-sal"
Silvia Costanti - 29.nov.07/"Valor"/Folhapress
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O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima
DE BRASÍLIA
Filiado ao PC do B, Haroldo Lima admite que a eleição
é um "complicador" para a
capitalização da Petrobras,
programada para setembro,
mas acredita que ela não será
adiada novamente.
Folha - Dá para fazer a capitalização da Petrobras em setembro?
Haroldo Lima - Aí não é
mais propriamente conosco.
Está sendo feito o contrato de
cessão onerosa, entre a
União e a Petrobras direto.
Mas é possível, se o contrato
já estiver sendo concluído.
O momento é propício para a
capitalização da Petrobras?
O mercado internacional
não tem grandes alternativas
no setor de petróleo ao que
estamos apresentando no
Brasil. A menina dos olhos
do mercado internacional é o
pré-sal. Não tem nada em vista. Pelo contrário, o que está
em pauta hoje no mundo são
mais problemas, como o acidente no golfo do México, o
declínio da produção no mar
do Norte, os conflitos no
Oriente Médio. Então, somos
nós a alternativa.
O novo modelo só se justifica
com o governo aumentando
sua participação na Petrobras?
Hoje, o governo tem 32%, é
muito pouco. Quem sabe
chegamos a 40% e tanto. Hoje, a maior parte é privada e
estrangeira.
Será uma oferta pública, com
prioridade dos acionistas
atuais.
A forma ainda está sendo
discutida. Mesmo com a prioridade, todo mundo só pode
comprar a mesma proporção
que tem. E só poderá aumentar se os minoritários não
comparecerem.
A eleição pode prejudicar a
capitalização da Petrobras?
É um complicador, mas
não impeditivo. É complicador porque as atenções são
divididas.
Um preço maior para o barril
é favorável para a União, mas
os minoritários vão reclamar.
É mais vantagem para a
União um barril mais alto. Os
minoritários não podem pretender ganhar à custa da
União, nem eles nem a Petrobras. Nem ela nem os minoritários podem pretender um
preço de barril baixo à custa
da União.
O sr. defende acelerar a exploração do pré-sal?
Sim, de forma responsável, aprimorando a segurança operacional. Estamos no
limiar de uma mudança de
tecnologia.
Estamos há um século e
meio na idade do petróleo e é
bom termos em conta que
coisas boas começaram a
surgir, como carro híbrido,
elétrico, biocombustíveis, tudo isso rema contra o avanço
da produção do petróleo.
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