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Governos cortam serviços nos EUA
Queda na arrecadação leva administrações a tomarem medidas drásticas como desativar a iluminação pública
Analistas dizem que Estados continuarão
a ter imensos deficit, mesmo se o Congresso aprovar mais ajuda
MICHAEL COOPER
DO "NEW YORK TIMES"
Muitas empresas e governos impuseram licenças não
remuneradas a seus funcionários neste ano nos EUA,
mas o Havaí foi mais longe:
colocou as crianças de suas
escolas em licença.
Para economizar dinheiro,
as escolas públicas estaduais
fecharam as portas durante
17 sextas-feiras do ano letivo
encerrado em junho, o que
resultou no ano letivo mais
curto do país para os estudantes havaianos e causou
problemas aos pais, que tiveram de encontrar quem cuidasse dos jovens nesses dias. Muitos sistemas de transporte coletivo reduziram
seus serviços para ficarem
dentro do Orçamento, mas o
do condado de Clayton, na
Geórgia, decidiu por um corte integral, e o sistema de ônibus foi desativado em março,
deixando 8.400 passageiros
regulares sem transporte. Nem mesmo a segurança
pública se manteve imune
aos cortes. Em Colorado
Springs, a crise será lembrada, literalmente, como uma
era de trevas: o governo municipal desativou um terço de
seus 24,5 mil postes de iluminação, a fim de economizar
na conta de energia, e também decretou reduções na
força policial e leiloou os helicópteros da polícia.
Diante do mais longo e
mais profundo declínio já
visto na arrecadação de impostos, governos estaduais,
municipais e locais recorreram a grandes e radicais cortes em serviços essenciais como educação, transportes e
segurança pública, medidas
que até recentemente seriam
consideradas impensáveis.
E os serviços em muitas
áreas podem piorar mais, antes que se recuperem.
A duração da crise (a recessão começou em dezembro de 2007) significa que
muitos lugares já empregaram todos os truques orçamentários possíveis, reduzindo serviços, elevando tributos e usando as verbas federais de estímulo, mas ainda continuam no vermelho.
Mesmo com a probabilidade de que o Congresso aprove mais verbas de estímulo,
alguns analistas afirmam
que os Estados continuarão a
enfrentar imensos deficit.
Cidades e Estados são conhecidos por exagerarem
suas dificuldades financeiras
no processo de negociação
de Orçamentos e por fazerem
alertas draconianos sobre
cortes que jamais se materializam. Mas a Grande Recessão foi diferente.
Em todo os Estados Unidos, houve cortes drásticos
em serviços essenciais como
educação, transportes e segurança, e é provável que
mais reduções surjam antes
que a crise se encerre.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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