São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2010

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Governos cortam serviços nos EUA

Queda na arrecadação leva administrações a tomarem medidas drásticas como desativar a iluminação pública

Analistas dizem que Estados continuarão a ter imensos deficit, mesmo se o Congresso aprovar mais ajuda


MICHAEL COOPER
DO "NEW YORK TIMES"

Muitas empresas e governos impuseram licenças não remuneradas a seus funcionários neste ano nos EUA, mas o Havaí foi mais longe: colocou as crianças de suas escolas em licença.
Para economizar dinheiro, as escolas públicas estaduais fecharam as portas durante 17 sextas-feiras do ano letivo encerrado em junho, o que resultou no ano letivo mais curto do país para os estudantes havaianos e causou problemas aos pais, que tiveram de encontrar quem cuidasse dos jovens nesses dias.
Muitos sistemas de transporte coletivo reduziram seus serviços para ficarem dentro do Orçamento, mas o do condado de Clayton, na Geórgia, decidiu por um corte integral, e o sistema de ônibus foi desativado em março, deixando 8.400 passageiros regulares sem transporte.
Nem mesmo a segurança pública se manteve imune aos cortes. Em Colorado Springs, a crise será lembrada, literalmente, como uma era de trevas: o governo municipal desativou um terço de seus 24,5 mil postes de iluminação, a fim de economizar na conta de energia, e também decretou reduções na força policial e leiloou os helicópteros da polícia.
Diante do mais longo e mais profundo declínio já visto na arrecadação de impostos, governos estaduais, municipais e locais recorreram a grandes e radicais cortes em serviços essenciais como educação, transportes e segurança pública, medidas que até recentemente seriam consideradas impensáveis. E os serviços em muitas áreas podem piorar mais, antes que se recuperem.
A duração da crise (a recessão começou em dezembro de 2007) significa que muitos lugares já empregaram todos os truques orçamentários possíveis, reduzindo serviços, elevando tributos e usando as verbas federais de estímulo, mas ainda continuam no vermelho. Mesmo com a probabilidade de que o Congresso aprove mais verbas de estímulo, alguns analistas afirmam que os Estados continuarão a enfrentar imensos deficit.
Cidades e Estados são conhecidos por exagerarem suas dificuldades financeiras no processo de negociação de Orçamentos e por fazerem alertas draconianos sobre cortes que jamais se materializam. Mas a Grande Recessão foi diferente. Em todo os Estados Unidos, houve cortes drásticos em serviços essenciais como educação, transportes e segurança, e é provável que mais reduções surjam antes que a crise se encerre.

Tradução de PAULO MIGLIACCI



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