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Cidade diminui força policial e desativa postes de iluminação
DO "NEW YORK TIMES"
Foi quando as luzes de rua
se apagaram, conta Diane
Cunningham, que os problemas começaram.
Os pneus de seu carro foram cortados e alguém invadiu o veículo. Homens desconhecidos surgiram na varanda de sua casa. O bairro em
que ela mora se tornou um
deserto, à noite, desde que
quatro postes de iluminação
seguidos foram desativados.
Era esse o motivo para que
Cunningham, 41, e seu filho
Jonathan, 22, estivessem carregando um televisor para fora de seu trailer. "Vou penhorar a TV e comprar uma espingarda", ela disse.
Não se pode afirmar com
segurança que a escuridão
tenha contribuído para qualquer dos acontecimentos que
assustaram os Cunningham.
Mas, desde que Colorado
Springs (no Estado do Colorado) desativou um terço de
seus 24,5 mil postes de iluminação, no começo do ano,
para economizar US$ 1,2 milhão em eletricidade, e ao
mesmo tempo reduziu sua
força policial, muitos dos
moradores passaram a se
sentir menos seguros.
A polícia, que deteve diversos suspeitos, disse que
não há indicação de que a
iluminação tênue tenha influenciado o crime ou, de fato, quaisquer outros crimes
em Colorado Springs, que
continua a ser mais segura
que a maioria das cidades de
tamanho semelhante.
Mas esse pode ser um caso
em que as percepções importam tanto quanto a realidade, segundo as autoridades.
"Os sociólogos vêm dizendo há anos que o que importa
para as pessoas não é, de fato, o número de crimes reportados, mas a percepção de segurança", diz o chefe de polícia da cidade, Richard Myers.
Ele disse estar preocupado
com a possibilidade de que
os cidadãos ordeiros deixem
de sair à noite ou ir aos parques, o que poderia levar os
espaços públicos desocupados a atrair mais criminosos.
Para reduzir o deficit orçamentário (os eleitores da cidade votaram contra um aumento no imposto predial em
outubro do ano passado), Colorado Springs deixou de recolher o lixo em seus parques
e praças, de irrigar os gramados nas ilhas das avenidas e
cortou sua força policial.
A cidade, com 400 mil moradores em 485 quilômetros
quadrados, já tinha chamado a atenção ao leiloar os helicópteros da polícia.
Mas os cortes no número
de policiais, menos alardeados, podem ter mais impacto: a polícia local, que tinha
687 membros há dois anos,
caiu para 643 integrantes -e
as reduções vão prosseguir.
E o número de detetives
que investigam crimes patrimoniais também caiu, bem
como o de policiais na proteção de escolas. As unidades
que rastreavam delinquentes
juvenis e apanhavam fugitivos foram desativadas.
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