São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 2011

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ANÁLISE COMBUSTÍVEIS

Meta da Petrobras é triplicar produção de petróleo até 2020

THAÍS MARZOLA ZARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

No novo plano de negócio da Petrobras, a meta de produção da empresa para os próximos anos foi elevada.
Para 2015, alcança 3,993 milhões de barris de petróleo por dia; para 2020, a meta é ainda mais ambiciosa, de 6,418 milhões de barris. Para este ano, a meta é de 2,1 milhões de barris -ou seja, a intenção é mais que triplicar a produção em nove anos, devido, basicamente, ao aumento da participação da produção esperada do pré-sal e à introdução da produção nas áreas da cessão onerosa.
Para isso, a companhia aumentou a intenção de investimentos em exploração e em produção de US$ 118,8 bilhões no plano anterior para US$ 127,5 bilhões neste.
Como o plano total de investimentos quase não sofreu aumento (de US$ 224 bilhões para US$ 224,7 bilhões), houve cortes em outras áreas -como em gás e em energia, que passou de US$ 17,8 bilhões para US$ 13,2 bilhões.
Os cenários contemplados no horizonte de planejamento levam em conta o petróleo tipo Brent a US$ 110 por barril em 2011 e em US$ 80 por barril nos demais anos (cenário A) e em US$ 95 por barril (cenário B).
Com isso, a companhia terá necessidade de investimentos de US$ 67 bilhões e de US$ 91,4 bilhões, nos dois cenários (US$ 7,2 bilhões e US$ 12 bilhões por ano, respectivamente).
Lembrando que o investimento estrangeiro direto esperado para este ano é da ordem de US$ 50 bilhões, fica clara a impressionante soma necessária para colocar o pré-sal em rota de funcionamento.
Não só isso. Temos uma boa ideia do impulso que tal investimento pode trazer à economia nacional. Ainda mais que um dos pontos do plano de negócios é justamente a consolidação de demandas e a realização de contratações de longo prazo, com requisitos de conteúdo local crescentes.
Isso aumenta a participação dos subfornecedores nacionais, apoia o desenvolvimento de empresas nacionais inovadoras e agrega novos fornecedores (atualmente fora da cadeia).
Do ponto de vista da economia nacional, esses investimentos podem ter importantes efeitos multiplicativos nos próximos anos, incentivando o crescimento.
Resta saber se, diante de uma possível crise, o menor crescimento mundial não vai forçar a Petrobras a rever ou mesmo a adiar seus planos (há um preço do barril de petróleo abaixo do qual a exploração do pré-sal deixa de ser economicamente viável).

THAÍS MARZOLA ZARA é economista-chefe da Rosenberg Consultores Associados e mestre em economia pela USP.

www.rosenberg.com.br



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