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Crédito habitacional da Caixa supera 2009
Valor emprestado até o dia 3 atingiu R$ 47,7 bilhões, superando o montante financiado em todo o ano passado
Com o desempenho recorde, a Caixa elevou a previsão para 2010
de R$ 60 bilhões
para R$ 70 bilhões
TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO
Os empréstimos da Caixa
Econômica Federal para habitação atingiram R$ 47,69
bilhões no acumulado deste
ano até o dia 3, com expansão de 87,6% sobre o mesmo
período em 2009. O valor recorde já supera os R$ 47,05
bilhões financiados em todo
o ano passado.
Em quantidade (773,3 mil
unidades), o montante já representa 86,2% do total atingido em 2009.
"Todas as faixas de renda
têm sido atendidas", afirma
Maria Fernanda Ramos Coelho, presidenta do banco,
que elevou ontem a previsão
para 2010 de R$ 60 bilhões
para R$ 70 bilhões.
Do total emprestado,
R$ 20,7 bilhões tiveram como
fonte de recursos o FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), com alta de
92% no confronto com o mesmo período no ano passado,
impulsionado pelo Minha
Casa, Minha Vida.
Desde o início do programa, em abril do ano passado,
foram contratadas 630,9 mil
moradias. A meta é atingir 1
milhão até o final do ano.
No entanto, o ritmo pode
diminuir devido à expectativa das construtoras para o
reajuste, a partir de janeiro,
do teto do valor do imóvel
(R$ 130 mil) e da renda mensal das famílias que podem
ser contempladas (R$ 4.650).
Já os financiamentos com
recursos da poupança totalizaram R$ 21,4 bilhões neste
ano, com aumento de 53%.
Por lei, os bancos são obrigados a destinar 65% dos depósitos na caderneta para o
crédito habitacional, mas há
o temor de que o crescimento
da poupança não acompanhe o dos empréstimos.
SECURITIZAÇÃO
Com o FGTS, não há essa
preocupação iminente. Ainda assim, a Caixa já avalia a
securitização -que consiste
na transformação de uma dívida em um papel para investimento no mercado- da carteira de crédito lastreada
também com esses recursos.
"Nada está descartado. Estamos iniciando o processo e
fazendo análises. A questão
de securitizar fundo de garantia passa muito pelas condições de juros que existem
na economia", afirmou Jorge
Hereda, vice-presidente de
governo do banco.
O executivo lembra que os
empréstimos usando essa
fonte têm juros baixos, logo
vão oferecer um retorno menor para o investidor.
"A atratividade desse papel talvez seja possível se tiver um mix de financiamento. Isso vai ser medido justamente no nosso primeiro lançamento", completou.
Metade da carteira de crédito de R$ 84,9 bilhões da
Caixa está lastreada no FGTS
e 49%, em recursos da poupança. A inadimplência,
considerando atrasos acima
de 90 dias, permanece em
1,5% há sete meses.
Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da FGV,
destaca ainda a cota de financiamento médio do banco, atualmente em 71% do
valor do imóvel, o que indica
"uma folga ainda maior" já
que "a avaliação feita pela
Caixa é rigorosa".
Segundo Hereda, cerca de
R$ 20 bilhões já estariam
prontos para uma securitização. A emissão inicial, no entanto, será de R$ 500 milhões
"para testar o mercado", com
lançamento previsto até dezembro e contratos que tiveram como fonte a poupança.
"Esse mercado é atraente,
e as soluções já estão começando a ser discutidas", ressalta Ana Maria. "No mundo
inteiro, o investidor aplica no
mercado imobiliário. Os fundos de pensão, por exemplo,
são uma fonte enorme [de recursos] a ser incorporada."
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