São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2011

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Investidor deve resistir à tentação de agir

Em situação de pressão, melhor estratégia pode ser manter foco em planos de longo prazo e não abandoná-los

Especialista indica empresas com fortes reservas de caixa e que já estejam pagando dividendos

PAUL SULLIVAN
DO "NEW YORK TIMES"

Desde a metade de agosto, os mercados mundiais vêm se movimentando repetidamente, com altas e baixas nauseantes. E em resposta muitos investidores acreditam que precisam agir.
A magnitude dos problemas econômicos mundiais -desemprego e impasse legislativo nos Estados Unidos, problemas de dívida na Europa- torna o momento assustador para os investidores.
Mas e quanto à tentação de agir? A melhor estratégia quase sempre é a de manter o foco quanto aos planos de longo prazo, sem abandoná-los a cada vez que são submetidos a teste.
Mas tal atitude está se tornando mais difícil.
"É difícil optar pela inação quando todos tentam convencer o investidor a fazer algo, mesmo que seja a coisa errada", diz Susan Fulton, fundadora e presidente da FBB Capital Partners.
Michael Martin, autor de um livro sobre a influência no instinto nas operações financeiras, afirma que o grande risco para o investidor médio agora é o de confundir volatilidade com oportunidade.
Ele diz que os operadores profissionais se tornam mais cautelosos quando os preços mudam rapidamente sem que os fundamentos expliquem e compara o mercado oscilante a um tio bêbado em uma festa. "Todo mundo tenta se afastar", diz.
Mas pode ser difícil ignorar as oscilações. O medo leva os investidores a fazer coisas capazes de prejudicá-los em longo prazo.
"As pessoas querem fazer jogadas de risco", diz Fulton. "Mas não haverá ações que subam em 1.000% no futuro próximo".
Ela aconselha os clientes a optar por empresas que disponham de fortes reservas de caixa e já estejam pagando dividendos regularmente. Ações como essas oferecem uma previsibilidade que pode ajudar a manter a estabilidade de carteiras abaladas.
Uma variação dessa estratégia envolve usar prejuízos fiscais acumulados por anos para apostar pesadamente em uma companhia de alto risco. A esperança é que os ganhos tirem do vermelho o investidor.
O problema é que, a não ser que o investidor consiga adivinhar qual será o próximo Google, os prejuízos podem ser substanciais.
Um dos confortos para os investidores médios, em um mercado volátil, é a teoria do DCA ("dollar cost averaging") -investir o dinheiro aos poucos ao longo do tempo.
Os defensores dizem que, ao aplicar em uma ação ao longo do tempo, os papéis seriam comprados a preços variáveis. E, se você aplica todo o dinheiro em um investimento e ele cai em 10% no dia seguinte, você estaria menos inclinado investir de novo ou poderia retirar o dinheiro.
Diante da pressão, o melhor conselho pode ser manter o rumo.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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