São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Brasil retoma liderança na exportação de soja

As exportações brasileiras de soja deverão atingir 38 milhões de toneladas na safra 2011/12, estima o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Se esses dados se confirmarem, o Brasil voltará à liderança mundial nas exportações de grãos, o que já havia ocorrido em 2005/6. Essa volta à liderança ocorre porque o Usda reduziu ainda mais a previsão da produtividade nos EUA -agora para 46,3 sacas por hectare na safra 2011/12-, o que diminui a oferta de soja no país.
Para fechar as contas, o órgão do governo diminuiu as estimativas de exportações para 36,1 milhões de toneladas, elevando as previsões de estoques finais para 5,3 milhões de toneladas. Esse volume é suficiente para apenas 23 dias de consumo norte-americano, segundo Daniele Siqueira, da AgRural.
O Brasil ganha a liderança, mas as condições de exportações são desfavoráveis quando se trata de valor agregado. Os EUA vão produzir 83 milhões de toneladas de soja e exportar 44% desse volume em grãos. Já as vendas brasileiras de soja em grãos devem atingir 51% dos 75 milhões a serem produzidos.
Os argentinos vão colocar somente 21% da produção de soja em grãos no mercado externo, obtendo maior valor agregado nas vendas de óleo de soja e de biodiesel.
A produção mundial de soja cai para 259 milhões de toneladas, 2% menos do que no ano passado. O mercado internacional continua aquecido e deve crescer 4% nesta safra. Só os chineses deverão importar 56,5 milhões de toneladas, segundo o Usda. Se os estoques finais não andam bem nos Estados Unidos, melhoram quando se comparam os dados internacionais: são suficientes para 89 dias de consumo.
O Usda registrou queda também na produtividade de milho, que recua para 153,4 sacas por hectare, o menor patamar desde 2003/4. O órgão mantém a previsão de 61 milhões de toneladas para o Brasil, mas elevou a da Argentina para 29 milhões. O apetite chinês, sempre presente na soja, aumenta também no milho: vão comprar 3 milhões de toneladas.

Porto seguro
Com tantas indefinições no mercado, os investidores procuram o ouro, que atingiu R$ 100 por grama ontem na BM&FBovespa, 22% mais do que há um ano. Em Nova York, o metal foi negociado a US$ 1.791 por onça-troy (31,1 gramas), 27% mais do que em novembro de 2010.

Mais gado O confinamento de animais deverá responder por 831 mil toneladas equivalente-carcaça de carne bovina em 2011, o correspondente a 8% da produção total do país. Se confirmada a previsão da Assocon (entidade que reúne os confinadores), o aumento será de 15% em relação a 2010.

Escalada A arroba de boi gordo chegou a ser negociada a R$ 105 ontem no Estado de São Paulo para pagamento em dez dias. O preço à vista esteve em R$ 104, conforme cotações da Informa Economics FNP.

Preço ajuda A alta dos preços favoreceu a oferta de bois, aumentando a escala.

Trigo A produção mundial deverá atingir 683 milhões de toneladas na safra 2011/12, com alta de 5% no ano. A estimativa foi divulgada ontem pelo Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

Onde sobe Parte desse aumento na produção de trigo virá de colheita dos campos do Canadá, país que produzirá 26 milhões de toneladas de trigo, 5% mais do que na safra anterior.

DE OLHO NO PREÇO

Chicago

Soja
(US$ por bushel) 11,76

Milho
(US$ por bushel) 6,56

Mercado interno

Algodão
(R$ por arroba) 18,05
Trigo
(R$ por saca) 25,68

Com KARLA DOMINGUES


Texto Anterior: Previsão da safra de grãos 2011/12
Próximo Texto: Julio Vasconcellos: Afinidades eletivas
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.