São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 2011

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Portugal provoca tensão nos mercados

BCE compra títulos para tentar acalmar investidores que apostam que país não conseguirá fechar suas contas sozinho

Governo português nega que vá precisar de pacote de ajuda; leilão de papéis amanhã é considerado decisivo

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

O Banco Central Europeu comprou ontem títulos do governo português para tentar mais uma vez acalmar investidores que apostam que o país não conseguirá sozinho fechar suas contas.
A ação surtiu efeito e os juros exigidos do país caíram um pouco, após rápida subida de manhã.
Mas são raros os que acreditam que Portugal escapará da sina de Grécia e Irlanda, que tiveram de recorrer a empréstimos bilionários do FMI e do próprio BCE.
Esta semana está sendo considerada crucial para Portugal e também para a Espanha. Os dois países farão leilões de títulos de longo prazo: Portugal amanhã, a Espanha na quinta.
Os portugueses esperam obter entre € 750 milhões (R$ 1,6 bilhão) e € 1,2 bilhão (R$ 2,6 bilhões) em títulos de cinco e dez anos.
O problema é que o mercado está exigindo juros recordes por papéis de dez anos: até 7% ao ano no caso de Portugal -quase cinco pontos percentuais acima dos pagos pela Alemanha, considerada referência no continente.
O governo português insiste em que não precisará de ajuda externa e que as medidas de cortes de gastos serão suficientes para que honre suas dívidas.
Portugal não tem dívidas tão grandes quanto as da Grécia nem bancos tão problemáticos como a Irlanda, mas está com a economia estagnada.
Há projeções de que o país tenha crescido 1,3% em 2010, após queda de 2,6% em 2009. Para 2011, a expectativa é crescer apenas 0,2%.
Analistas acreditam que Portugal irá necessitar de algo entre € 50 bilhões (R$ 109 bilhões) e € 100 bilhões (R$ 218 bilhões) de ajuda.
Em maio, a Grécia fechou acordo para receber € 110 bilhões (R$ 240 bilhões). Seis meses depois, foi a vez da Irlanda, obrigada a aceitar € 80 bilhões (R$ 174 bilhões).
Ontem foi também mais um dia de perdas nas Bolsas.
Madri recuou 1,29%. Portugal, 1,63%. A Bolsa de Nova York caiu 0,32%. A Bovespa registrou avanço modesto de 0,1%, e o dólar fechou cotado a R$ 1,688 (+0,1%).


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