São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Preço do álcool volta a subir e estoque tem folga

O preço do álcool subiu 1,15% nos postos do país entre os dias 2 e 8. O valor médio praticado ficou em R$ 1,85 no período, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo), e equivale a 71% do preço médio da gasolina, de R$ 2,60.
Vale a pena abastecer com etanol quando seu preço é igual ou inferior a 70% da cotação do derivado de petróleo. Com esses dados, portanto, a gasolina se consolida como mais competitiva.
O álcool permanece como a melhor opção apenas em quatro Estados das 27 unidades federativas: Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Tocantins. Na semana passada, eram seis os Estados onde o etanol ganhava da gasolina.
E, mesmo nas regiões onde o álcool ainda vale mais a pena, na maioria delas o balanço já está bem equilibrado. Em São Paulo, por exemplo, o preço do álcool já equivale a 69% do da gasolina.
O reflexo é uma queda no consumo e uma certa folga nos estoques de etanol hidratado -o que é vendido na bomba. O consumo caiu 10% no país no acumulado de 2010, até novembro, e somou 13,52 bilhões de litros, segundo os últimos dados da ANP.
Já a produção de hidratado na região Centro-Sul, que responde por 60% da nacional, atingiu 17,8 bilhões de litros na safra 2010/11, que está praticamente encerrada.
Restam, portanto, cerca de 5 bilhões de litros de etanol até o início da moagem da próxima safra de cana, em março -volume mais que suficiente. Em 2010, o consumo médio de álcool hidratado foi de 1,2 bilhão de litros ao mês.
Mas a pesquisadora Mírian Bacchi, do Cepea, afirma que a oferta é "compatível" com a demanda. Mesmo se as vendas nos postos continuarem caindo, ela acredita que toda a produção será consumida, ainda que pela indústria ou na transformação do hidratado em anidro -segmentos onde cresce a demanda.

OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Mercado Interno

BOI
(Reais por arroba)
R$ 100,5

Chicago

TRIGO
(Dólar por bushel)
US$ 7,67

Desistência A Índia derrubou a tarifa de 60% aplicada no último dia 1º sobre as importações de açúcar. O maior consumidor mundial e o segundo maior produtor de açúcar, atrás do Brasil, enfrenta problemas de oferta.

Embarque firme Mesmo assim, o governo indiano diz manter o plano de exportar 500 mil toneladas de açúcar. O país vinha limitando os embarques para garantir seu abastecimento.

Em alta 1 Apesar de estimar queda de 10% para o volume das exportações de café em 2011, devido ao ciclo de baixa da cultura neste ano, o Cecafé (conselho dos exportadores) prevê alta de até 13% na receita.

Em alta 2 Como reflexo de preços mais altos, as exportações podem atingir US$ 6,4 bilhões, ante US$ 5,6 bilhões em 2010.

Seca reduz a produção de leite no RS

A estiagem em algumas áreas do Rio Grande do Sul atrapalha a produção de leite no sul e oeste do Estado. Em Alegrete, a queda na produção chega a 30%.
Nesta época, são produzidos normalmente 30 mil litros de leite por dia, segundo o secretário de Agricultura do município, Márcio da Fonseca. Neste início de ano, a produção está em 20 mil litros ao dia.
Com as pastagens prejudicadas pela seca, os animais perderam peso.
As áreas afetadas representam 4% da produção de leite do Estado, responsável por 12% da produção nacional, segundo a Emater/RS (secretaria estadual de agricultura).

TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES



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