São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 2011

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Aumenta número de reitores estrangeiros nos EUA

Associação afirma que 11 de 61 universidades nos Estados Unidos e no Canadá possuem dirigentes que nasceram fora do país

LISA W. FODERARO
DO "NEW YORK TIMES"

À medida que as universidades dos EUA correm para expandir seus programas de estudo no exterior e até para criar campi em outros países, também se esforçam para conferir um caráter mais internacional às reitorias. A Associação de Universidades Americanas, que representa instituições de ensino e pesquisa nos EUA e no Canadá, informou que 11 de suas 61 universidades contam com reitores estrangeiros. Há cinco anos eram seis.
A globalização nas reitorias, dizem especialistas, é consequência do aumento no número de estudantes e professores estrangeiros em universidades dos EUA nas quatro últimas décadas.
"Há lógica em vermos pessoas nascidas em outros países e que tiveram excelente desempenho em seu trabalho acadêmico chegando às reitorias agora", disse Molly Broad, presidente do Conselho Americano de Educação.
A tendência se estende a Washington, onde há um ano Barack Obama nomeou o argentino Eduardo Ochoa como seu principal assessor para o ensino superior.
O número de acadêmicos estrangeiros trabalhando em faculdades e universidades norte-americanas como pesquisadores, instrutores e professores subiu para 115 mil em 2010 -recorde histórico.
O crescimento surgiu a despeito dos problemas para a obtenção de vistos após os ataques do 11 de Setembro.
Embora muitos dos atuais reitores tenham chegado aos EUA como estudantes de pós-graduação, Michael McRobbie, reitor da Universidade de Indiana, foi recrutado 14 anos atrás da Universidade Nacional da Austrália, para servir como vice-reitor de tecnologia de informação.
Em 2007, chegou à reitoria. "Tratam-me como se eu fosse daqui, mas com um sotaque engraçado", afirma.
Outras jornadas foram mais turbulentas. Nariman Farvardin, que foi indicado para a reitoria do Instituto Stevens de Tecnologia, em Nova Jersey, teve dificuldades para concluir seus estudos no Irã quando irrompeu a revolução islâmica.
"O governo decidiu fechar a universidade. Havia um tanque de guerra diante do portão principal." Aos 22 anos ele contatou as faculdades dos EUA para cujos cursos de pós-graduação foi aceito. "Estava em estado de choque", relembra Farvardin, 54. "Tinha pouquíssimo dinheiro e não falava inglês", afirmou.
Ele fez graduação, mestrado e doutorado no Instituto Politécnico Rensselaer. Depois, lecionou por 27 anos na Universidade de Maryland, onde chegou a diretor geral.

INTERCÂMBIO
Ainda que muitas universidades tenham tentáculos fincados no exterior, o influxo de reitores estrangeiros pode estender esse alcance.
Molly Easo Smith, 52, reitora do Manhattanville College, em Purchase, Nova York, quer explorar o intercâmbio com o Madras Christian College, uma das principais faculdades da Índia, onde fez sua graduação.
Farvardin também deseja que o Stevens aproveite o estudo internacional. "Se os alunos não forem expostos à economia mundial e ensinados sobre como lidar com ela, estaremos lhes prestando um desserviço", disse.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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