São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 2011

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Imóveis devem subir mais na periferia

Regiões de São Paulo que ainda não estão consolidadas tendem a concentrar valorização, dizem especialistas

Em 5 anos, zonas que misturam residências, comércio e serviços devem ser as preferidas dos moradores de SP

DE SÃO PAULO

Capital absoluta do setor de serviços, a São Paulo de 2016 será uma selva de pedra, com alta densidade populacional, trânsito insuportável e em que as pessoas vão trabalhar longas jornadas em condomínios comerciais que terão escritórios, lojas, clínicas, hotéis e residências.
Para sobreviver ao caos, o paulistano daqui cinco anos vai procurar (e pagar caro para ter) mais qualidade de vida, ficar próximo do verde, reciclar e consumir com responsabilidade, segundo especialistas.
Nas regiões mais consolidadas, os preços dos imóveis não subirão tanto como nos últimos anos -em 2010, os apartamentos novos subiram 34,4% na cidade, maior alta desde 1996, segundo a Embraesp, consultoria de avaliação imobiliária.
Em São Paulo, o preço dos imóveis sobe nas regiões em processo de verticalização, puxado pelos lançamentos.
Só que as regiões mais disputadas hoje -Jardins, Itaim, Moema, Pinheiros e Higienópolis- não têm mais nem terrenos nem direitos para construir acima dos limites de zoneamento urbano, inviabilizando novos empreendimentos.
A solução será o retrofit (reforma) de edifícios inteiros ou a construção de predinhos butiques, com poucos escritórios e residências alternativas, como lofts.
"Quem quiser ganhar dinheiro com valorização de imóveis tem de apostar em regiões que ainda não estão consolidadas. Regiões como Santo Amaro, que é para onde o crescimento da cidade avança, pode subir entre 30% e 40% em três anos", diz Danilo Camargo, gerente de novos negócios da BNCorp.
A incorporadora de escritórios é especializada em prospectar áreas para criar infraestrutura de serviços.
"Os imóveis não vão continuar subindo tanto; muitas regiões já estão com preço próximo do teto. Mas também não vai ter redução", disse Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp.
As regiões com imóveis de maior potencial de valorização até 2016 são aquelas que concentrarão um mix saudável de residências e de serviços completos, sem perder o clima aconchegante de comércio de bairro e de vizinhança em que todos parecem se conhecer.
O maior luxo será andar a pé e vencer pequenas distâncias de táxi -os transportes públicos ainda serão ruins em 2016. Carro será um luxo suburbano, daqueles que se sujeitam a pagar fortunas por estacionamento e a passar horas no trânsito.
Quem puder vai morar ao lado do trabalho, mesmo que seja em um pequeno studio.
"Apartamento de 40 m2 na Faria Lima vai valer R$ 700 mil, o mesmo preço de uma casa de 200 m2 fora da cidade. Isso aconteceu em Nova York, com as famílias indo para o Brooklin e os executivos solteiros ficando em Manhattan", disse Camargo.
A diferença é a que a infraestrutura de transporte público para se chegar à periferia não estará pronta ainda.
(TONI SCIARRETTA)


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