São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2010

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Plano de expansão de internet da Vivo pressiona Telefónica

Projeto que levará internet móvel a 85% do país forçará espanhóis a elevar oferta pela Vivo

Telefónica ofereceu 6,5 bilhões para tirar a Portugal Telecom da Vivo; portugueses falam em 7,5 bilhões

JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

A disputa entre a PT (Portugal Telecom) e a Telefónica pelo controle da Vivo ganhou um novo capítulo.
Ontem, o presidente da operadora celular, Roberto Lima, anunciou um plano de expansão da cobertura de internet pela rede móvel (3G) dos atuais 600 municípios para 2.832 até 2011. A meta é atingir 85% da população.
Isso significa aumento considerável de receita. Lima evitou fazer projeções, mas afirmou que haverá ganhos.
É exatamente isso o que o presidente da PT, Zeinal Bava, vem mostrando aos investidores estrangeiros da operadora portuguesa, que recebeu uma proposta da Telefónica, interessada em comprar a participação dos portugueses na Vivo para assumir seu controle.
Embora os cálculos não tenham sido abertos, a Folha apurou junto a um alto executivo da PT que a oferta da Telefónica não cobre os ganhos que os portugueses terão com o plano de expansão anunciado pela Vivo.
Resumo: a Telefónica terá de elevar sua oferta, que é de 6,5 bilhões por 50% das ações da PT na Brasilcel, empresa que controla a Vivo.
Nos bastidores, especula-se que os espanhóis terão de partir de 7,5 bilhões para convencer os acionistas, principalmente os minoritários, a optarem pela venda da participação na Vivo.
Ainda segundo o executivo, somente as somas de sinergia (economia de custo decorrente da suposta fusão entre Vivo e Telefônica) girariam em torno de 5 bilhões. A Telefónica considerou em sua proposta 2,8 bilhões.
Além da defasagem de valores, os executivos da PT estão mostrando para os investidores estrangeiros que as chances de a operadora portuguesa continuar gerando valor serão maiores se continuarem com a Vivo.
Em sua apresentação, a PT indica que o mercado brasileiro de internet contará com 100 milhões de acessos em 2015, dos quais 60 milhões ocorrerão pelas redes de telefonia celular (3G).
A Vivo é líder, com 30% de participação em clientes, e poderá ampliar a distância da Claro, segunda colocada, que tem 25%.


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