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Empresa americana investe em máquina, não em gente
Motivo é alto custo do trabalho e menor gasto com capital; EUA produzem o mesmo do pré-crise, mas com 7 milhões de vagas a menos
DO "NEW YORK TIMES"
As empresas americanas
que buscam impulsionar
seus negócios não contratam
mais trabalhadores. A combinação de custo do trabalho
em alta e gastos com equipamentos em baixa encoraja
companhias a investir em
máquinas, não em gente.
"Tudo deve ser tão automatizado quanto possível.
Não podemos nos dar o luxo
de competir com países como China no quesito custo de
trabalho, especialmente
quando os trabalhadores se
tornam cada vez mais caros",
disse Dan Mishek, diretor da
Vista Technologies, em Minnesota, nos Estados Unidos.
A empresa especializada
em produtos de plástico para
fabricantes de equipamentos
gastou US$ 450 mil em tecnologia no ano passado. No
mesmo período, contratou
apenas dois funcionários,
cuja soma de salários e benefícios chegou a US$ 160 mil.
Após dois anos de recuperação, o processo de contratação ainda é dolorosamente
lento. A economia está produzindo no mesmo ritmo de
antes da crise, mas com 7 milhões de empregos a menos.
O total gasto com empregados cresceu 2% desde então; mas o gasto com equipamentos e softwares subiu
26%, segundo o Departamento do Comércio. Esse cenário só ocorreu uma vez antes: após a recessão de 1982.
Com os preços de maquinário e softwares caindo
(2,4% desde o início da recuperação), com o custo crescente do trabalho (6,7% desde então) e com os incentivos
fiscais para subsidiar investimentos em capital, essa tendência deve continuar.
CUSTO DE CONTRATAR
Contratar tem mais custos
do que salários e benefícios.
"Quando temos uma vaga
aberta, recebemos um monte
de currículos de pessoas que
não são nem um pouco qualificadas, pessoas com currículos com erros de ortografia, pessoas que nunca estiveram no setor e querem mudar de carreira", diz Mishek.
Fazer triagem dos currículos leva três dias. Depois, tem
de arranjar tempo para fazer
entrevista e gastar US$ 150
com cada exame de drogas.
Quando o funcionário é
contratado, participa de um
programa de segurança que
custa US$ 7.000. Finalmente, os melhores funcionários
diminuem sua produtividade ao gastar meses treinando
o novo empregado.
Melhor tecnologia pode
gerar melhores oportunidades, mas só se as pessoas aumentarem suas qualificações
rápido o suficiente -o que é
difícil de fazer no curto prazo, com grande contingente.
Alguns economistas
apoiam políticas para reequilibrar esses gastos. Andrew
Sum, economista da Northeastern University, defende incentivos fiscais para
contratação semelhantes aos
incentivos para maquinário.
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