São Paulo, domingo, 11 de julho de 2010

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Operários bolivianos são contaminados em campo da Petrobras

Prestadores de serviço tiveram contato com mercúrio durante trabalho de soldagem

DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Vinte operários bolivianos da Inesco, empresa de engenharia que presta serviços à Petrobras Bolívia, foram contaminados com mercúrio na jazida de gás San Alberto, segundo o jornal "El Deber". O fato ocorreu em dezembro do ano passado.
De acordo com a publicação, os trabalhadores se preparavam para fazer uma solda quando encontraram um líquido desconhecido, mais tarde identificado como mercúrio por técnicos da Petrobras.
O jornal, que cita a Inesco como fonte, informa que a estatal brasileira limpou e liberou o local para o trabalho. "A Petrobras garantiu que era seguro", disse Gary Nogales, administrador de contratos da prestadora de serviços boliviana. "Por isso continuamos os trabalhos", completou.
Roberto Wills, gerente de administração da Inesco, confirmou o incidente.
"Fomos surpreendidos porque é obrigação do contratante (no caso, a Petrobras) entregar qualquer zona de trabalho livre de gases ou de líquidos tóxicos. E isso não aconteceu."
O jornal também cita o neurologista Jaime Terceros, da clínica Caja Petrolera, onde os operários recebem atendimento.
Segundo o médico, cada trabalhador sofreu um grau diferente de contaminação. "É arriscado dizer se a situação é irreversível, mas não podemos descartar essa hipótese", afirmou.
Em nota, a Petrobras informou que tomou providências adequadas para garantir a segurança das operações. Afirmou ainda que deu assistência aos trabalhadores envolvidos no incidente.
A Petrobras tem um histórico conturbado na Bolívia. Desde a entrada do presidente Evo Morales no governo, em 2006, a atuação da Petrobras Bolívia foi reduzida sensivelmente, com a perda de duas refinarias, entre outras áreas de negócio.
Atualmente, a atividade da estatal no país se restringe praticamente à produção de gás -a empresa opera os dois maiores campos, de San Antonio e San Alberto, ambos em Tarija, no sul do país.
Além da redução nos negócios, a Petrobras também teve de aceitar aumento de impostos para manter os contratos de produção e de exploração de gás na Bolívia.


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