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Operários bolivianos são contaminados em campo da Petrobras
Prestadores de serviço tiveram contato com mercúrio durante trabalho de soldagem
DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Vinte operários bolivianos
da Inesco, empresa de engenharia que presta serviços à
Petrobras Bolívia, foram contaminados com mercúrio na
jazida de gás San Alberto, segundo o jornal "El Deber". O
fato ocorreu em dezembro do
ano passado.
De acordo com a publicação, os trabalhadores se preparavam para fazer uma solda quando encontraram um
líquido desconhecido, mais
tarde identificado como mercúrio por técnicos da Petrobras.
O jornal, que cita a Inesco
como fonte, informa que a estatal brasileira limpou e liberou o local para o trabalho.
"A Petrobras garantiu que
era seguro", disse Gary Nogales, administrador de contratos da prestadora de serviços boliviana. "Por isso continuamos os trabalhos",
completou.
Roberto Wills, gerente de
administração da Inesco,
confirmou o incidente.
"Fomos surpreendidos
porque é obrigação do contratante (no caso, a Petrobras) entregar qualquer zona
de trabalho livre de gases ou
de líquidos tóxicos. E isso
não aconteceu."
O jornal também cita o
neurologista Jaime Terceros,
da clínica Caja Petrolera, onde os operários recebem
atendimento.
Segundo o médico, cada
trabalhador sofreu um grau
diferente de contaminação.
"É arriscado dizer se a situação é irreversível, mas não
podemos descartar essa hipótese", afirmou.
Em nota, a Petrobras informou que tomou providências
adequadas para garantir a
segurança das operações.
Afirmou ainda que deu assistência aos trabalhadores envolvidos no incidente.
A Petrobras tem um histórico conturbado na Bolívia.
Desde a entrada do presidente Evo Morales no governo,
em 2006, a atuação da Petrobras Bolívia foi reduzida sensivelmente, com a perda de
duas refinarias, entre outras
áreas de negócio.
Atualmente, a atividade
da estatal no país se restringe
praticamente à produção de
gás -a empresa opera os
dois maiores campos, de San
Antonio e San Alberto, ambos em Tarija, no sul do país.
Além da redução nos negócios, a Petrobras também
teve de aceitar aumento de
impostos para manter os
contratos de produção e de
exploração de gás na Bolívia.
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