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Liderança é questão de testosterona, diz psiquiatra
DE SÃO PAULO
Astúcia, falsidade, crueldade. Essas são "capacidades" determinadas biologicamente e que prevalecem
nos líderes -no esporte, na
política ou na economia.
É o que propõe Adolf Tobeña em "Cérebro e Poder",
ciente do desconforto que a
ideia pode causar. E a discussão no livro do diretor do departamento de psiquiatria e
medicina legal da Universidade Autônoma de Barcelona vai além.
Segundo o autor, as características mais marcantes dos
líderes são definidas, em
grande medida, pelos níveis
de testosterona (principal
hormônio sexual masculino)
do organismo.
A testosterona é "o núcleo
do poder", diz Tobeña, que
destaca, ainda que em nota
de rodapé, que ela também é
produzida nas mulheres.
"Quase ninguém confessa
que o que realmente lhe importa é triunfar, dominar ou
influenciar", afirma o autor.
Os hormônios -e a atividade cerebral- são apontados como causa dos padrões
de comportamento.
Segundo o autor, diversos
estudos mapearam o vínculo
consistente entre a testosterona e a liderança em humanos, mas foram sistematicamente maquiados pelos próprios pesquisadores. "A ânsia em preservar a exceção
dos humanos levou à pura e
simples autocensura."
Para Tobeña, um dos caminhos que a neurociência
ainda tem a percorrer é a pesquisa sistemática do carisma
-"atributo crucial" do líder.
(CM)
CÉREBRO E PODER
AUTOR Adolf Tobeña
TRADUÇÃO Paulo Augusto Almeida
Seeman
EDITORA Senac São Paulo
QUANTO R$ 50 (256 págs.)
COMO O PODER NOS DEIXA INSENSÍVEIS
Em estudo citado no livro "Cérebro e Poder",
voluntários foram estimulados para se sentirem em
posição de liderança ou de subordinação. Depois, ao
desenhar uma letra "E" na própria testa, aqueles em
situação de poder tendiam a escrever para si mesmos
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