São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2010

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Caixa diz que contas de banco foram aprovadas após auditoria

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

A Caixa Econômica Federal informou que as contas do banco PanAmericano foram aprovadas após auditoria feita por ela e outros consultores que participaram do processo de aquisição.
Segundo a Caixa, o banco Fator foi contratado para serviços de consultoria especializada. Este, por sua vez, contratou a KPMG para analisar as contas do PanAmericano.
Depois, a Caixa contratou a BDO Consultores para ter uma segunda opinião sobre o valor da operação.
O banco estatal diz ainda que a aquisição só foi finalizada após a manifestação favorável do Banco Central. O BC diz que, na época, ainda não sabia do problema.
O Banco Fator informou que foi contratado em junho de 2009 e que entregou o relatório em outubro daquele ano, com base em auditoria da KPMG. A avaliação foi feita em cima do balanço do PanAmericano do primeiro trimestre de 2009.
Segundo o Fator, não foram encontrados problemas de "consistência contábil" e a função de fiscalizar irregularidades é do BC.
A KPMG negou que tenha feito auditoria das contas do PanAmericano e disse apenas que "foi contratada para executar procedimentos pré-acordados de diligência em dados disponibilizados [pelo PanAmericano] com data base de março de 2009".
A Deloitte, auditora externa do PanAmericano, não quis comentar por "compromisso de confidencialidade".

DIRETORIA
Ontem, conforme previsto no acordo de venda assinado em 2009, a Caixa indicou seus representantes na diretoria do PanAmericano.
A Caixa informou também que o aporte de recursos realizado pelo Grupo Silvio Santos permitiu que não houvesse prejuízo a "sócios, clientes e colaboradores do banco".
Se não fosse a decisão de Silvio Santos de cobrir o buraco, parte da conta iria parar na Caixa, pois a partir deste mês o banco estatal passará a incluir no balanço a parcela referente à compra do banco.
O PanAmericano foi a única compra feita pela CaixaPar -empresa constituída no auge da crise financeira para adquirir outros bancos.
A compra de 49% do controle foi anunciada no final do ano passado, quase nove meses depois da criação da empresa. Um dos motivos alegados para a demora foi a necessidade de avaliar bem as oportunidades de compra.
Até a compra do PanAmericano, a Caixa apenas comprava parte de carteiras de crédito de instituições menores -operação mais simples e, em geral, menos arriscada.
A descoberta do rombo no PanAmericano botou a Caixa na berlinda. Na avaliação de um integrante do governo, uma fraude contábil de R$ 2,5 bilhões não deveria ser tão difícil de ser detectada.
Após a aprovação da transação com a Caixa, a agência de risco Fitch elevou em julho a nota do PanAmericano.
(SHEILA D'AMORIM, LEONARDO SOUZA, EDUARDO CUCOLO e MARIANA SCHREIBER)


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