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Caixa diz que contas de banco foram aprovadas após auditoria
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
A Caixa Econômica Federal informou que as contas
do banco PanAmericano foram aprovadas após auditoria feita por ela e outros consultores que participaram do
processo de aquisição.
Segundo a Caixa, o banco
Fator foi contratado para serviços de consultoria especializada. Este, por sua vez, contratou a KPMG para analisar
as contas do PanAmericano.
Depois, a Caixa contratou
a BDO Consultores para ter
uma segunda opinião sobre
o valor da operação.
O banco estatal diz ainda
que a aquisição só foi finalizada após a manifestação favorável do Banco Central. O
BC diz que, na época, ainda
não sabia do problema.
O Banco Fator informou
que foi contratado em junho
de 2009 e que entregou o relatório em outubro daquele
ano, com base em auditoria
da KPMG. A avaliação foi feita em cima do balanço do
PanAmericano do primeiro
trimestre de 2009.
Segundo o Fator, não foram encontrados problemas
de "consistência contábil" e
a função de fiscalizar irregularidades é do BC.
A KPMG negou que tenha
feito auditoria das contas do
PanAmericano e disse apenas que "foi contratada para
executar procedimentos pré-acordados de diligência em
dados disponibilizados [pelo
PanAmericano] com data base de março de 2009".
A Deloitte, auditora externa do PanAmericano, não
quis comentar por "compromisso de confidencialidade".
DIRETORIA
Ontem, conforme previsto
no acordo de venda assinado
em 2009, a Caixa indicou
seus representantes na diretoria do PanAmericano.
A Caixa informou também
que o aporte de recursos realizado pelo Grupo Silvio Santos permitiu que não houvesse prejuízo a "sócios, clientes
e colaboradores do banco".
Se não fosse a decisão de
Silvio Santos de cobrir o buraco, parte da conta iria parar
na Caixa, pois a partir deste
mês o banco estatal passará a
incluir no balanço a parcela
referente à compra do banco.
O PanAmericano foi a única compra feita pela CaixaPar -empresa constituída no
auge da crise financeira para
adquirir outros bancos.
A compra de 49% do controle foi anunciada no final
do ano passado, quase nove
meses depois da criação da
empresa. Um dos motivos
alegados para a demora foi a
necessidade de avaliar bem
as oportunidades de compra.
Até a compra do PanAmericano, a Caixa apenas comprava parte de carteiras de
crédito de instituições menores -operação mais simples
e, em geral, menos arriscada.
A descoberta do rombo no
PanAmericano botou a Caixa
na berlinda. Na avaliação de
um integrante do governo,
uma fraude contábil de R$
2,5 bilhões não deveria ser
tão difícil de ser detectada.
Após a aprovação da transação com a Caixa, a agência
de risco Fitch elevou em julho a nota do PanAmericano.
(SHEILA D'AMORIM, LEONARDO SOUZA, EDUARDO CUCOLO e MARIANA SCHREIBER)
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