São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

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Concentração no setor de álcool deve continuar

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

A concentração de usinas sucroalcooleiras -com aquisições ou fusões de grupos- deve se manter neste e nos próximos anos.
"Essa é uma onda atual de consolidação do setor que veio da dificuldade. Em 2011, [essa tendência] se mantém", diz Sérgio Prado, da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) da região de Ribeirão Preto.
Ele se refere ao início da crise financeira mundial, em 2008, quando se intensificaram as fusões e as aquisições entre empresas.
Exemplo que confirma a concentração é a negociação da Cosan S.A. para compra das duas usinas do grupo Zanin localizadas em Araraquara (288 km de São Paulo) e Prata (635 km de Belo Horizonte). Se fechado, seria o primeiro do ano.
O acordo deve ser formalizado até fevereiro com a aquisição total das cotas de capital da Zanin, avaliadas em R$ 142 milhões, além de todo o passivo financeiro, estimado em R$ 236,6 milhões.
Para o representante da Unica, essa tendência só fortalece a consolidação do setor. "As empresas buscam se fortificar, e uma das formas é por meio de aquisições e fusões", afirma Prado.
O consultor Plínio Nastari, presidente da Datagro -uma das maiores consultorias do setor-, diz que a concretização do negócio Cosan-Zanin será positivo. "As vantagens [para a Cosan] vão desde melhor alocação da cana até redução de distâncias."
"A concentração gera resultados melhores e mais rápidos às empresas, que é justamente o que elas buscam numa negociação como essa", diz o empresário Maurilio Biagi Filho.
Em 2009, o grupo Moema, presidido por Biagi, vendeu suas seis usinas à Bunge.
Apesar da tendência, o mercado ainda não vê a retomada da construção de novas usinas (greenfields).
A lógica segue as questões de mercado. Construir uma nova usina é muito mais caro do que comprar uma unidade em funcionamento. Segundo levantamento da Folha, uma usina nova não sairia por menos de R$ 1 bilhão.
Além disso, as empresas precisam de resultados rápidos, o que só pode ser conquistado com investimentos já consolidados.


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